Estudo mostra que futuro trabalhador deve ser flexível em diferentes áreas
Segundo estudo feito pelo Escritório de Carreiras da Universidade de São Paulo, áreas exigirão mais flexibilidade dos profissionais
Saúde, Transformação Digital, Segurança, Inovação, Educação, Entretenimento, Infraestrutura, Socioambiental, Energia e Ética serão as carreiras do futuro. Daqui a alguns anos, elas exigirão dos profissionais mais flexibilidade e disposição para a criação de caminhos que permitam a migração entre uma e outra.
É isso o que mostra um estudo do Escritório de Carreiras da Universidade de São Paulo (ECar, da USP). Com o olhar no futuro, o ECar aponta que as mudanças vividas pela sociedade provocarão alterações profundas no mundo do trabalho. Entender a carreira e a experiência como mais importantes que a profissão e a formação trará flexibilidade aos profissionais.
Isso será fundamental para transitar por um mercado que será dividido entre as dez grandes áreas apresentadas. A coordenadora do ECar, Tania Casado, explica que o objetivo do escritório é orientar os alunos e a sociedade.
“É nosso papel, também, entender como o mercado vai se apresentar aos alunos que estamos formando e divulgar isso à sociedade. Com as mudanças social, política, econômica, ambiental e tecnológica, é claro que o trabalho também vai mudar”. Daí, diz ela, a necessidade de entender quais serão essas transformações e como se adaptar a elas.
Nova fórmula
O estudo não traz respostas a todas as perguntas, até porque essa ainda é a primeira de três etapas. Porém, segundo Tania, uma questão é clara: o trabalho do futuro passa pela combinação de conhecimentos. “Saber transitar entre diferentes setores e desenvolver habilidades que não tinham relação com seu ofício, a princípio, serão competências indispensáveis ao trabalhador”.
Embora a graduação seja importante, só essa formação não resolverá o problema de atuação profissional. Tania argumenta que, em breve, se lidará com as carreiras sem fronteiras, o que fará a barreira da formação desaparecer. “A pessoa pode ter formação em determinada área, mas continuará se aprimorando para entender como conversar com essas grandes áreas”.
Isso se aproxima muito do que a pesquisadora sobre Futuro do Trabalho Datise Biasi chama de pensamento em rede. Algo que, para ela, será essencial e permitirá que áreas como Administração e Engenharia abram uma ampla variedade de atuação, caso as pessoas queiram trilhar um caminho com grande quantidade de conexões, utilizando o conhecimento geral da graduação para ajustar atuações específicas.
Essa flexibilidade dará aos profissionais, no futuro, a garantia de atuar em situações dinâmicas e de mudanças constantes por causa da tecnologia. “Mais importante do que tentarmos decifrar as profissões do futuro é entendermos como temos a capacidade de nos desenvolver a partir da formação inicial”.
Adaptação
Além disso, com a tecnologia, a automação está dominando alguns setores, o que leva a um entendimento sobre quais atividades o ser humano precisa realizar sem competir com os robôs.
“Quando a gente estuda o futuro do trabalho, as áreas que serão mais valorizadas têm a ver com o cuidar, porque as máquinas não sabem fazer isso. Elas não cuidam de pessoas ou de negócios.
Depois, cada vez mais precisamos desenvolver os profissionais e as equipes que eles compõem. E, por fim, será preciso reforçar as conexões e usar a criatividade”, explica Datise.