Estado aposta em ponte pênsil de R$ 3,9 bilhões entre Santos e Guarujá
Visando evitar conflito com o Porto de Santos, novo projeto da ligação seca prevê um vão central maior e eleva investimento
Atualizado em 25/11/20 - 15:04
O governo de São Paulo revisou o projeto para retirar do papel a ligação seca entre Santos e Guarujá. O atual desenho é composto por uma ponte pênsil, em detrimento ao modelo estaiado, como era defendido até então. O formato é apontado para evitar conflito nas operações portuárias, já que amplia a distância entre as pilastras no vão central . Os estudos de engenharias foram entregues na quinta-feira passada (19) ao Ministério da Infraestrutura.
A mudança fez com que o orçamento para o projeto fosse elevado em 30%, reavaliado agora R$ 3,9 bilhões - antes estimava-se um gasto próximo de R$ 3 bilhões. Isso porque o vão central da ponte, que era de 400 metros, foi ampliado para uma distância de 750 metros entre seus pilares, conforme adiantado pelo jornal Valor e confirmado por ATribuna.com.br.
O secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, afirma que mudanças foram exigidas pelo ministério, já que o futuro acesso requer autorização federal por ser construído em área da União. A pasta federal ainda não bateu o martelo para tirar a proposta do papel.
Com 750 metros de largura e 85 metros de altura no vão principal, o novo modelo elimina risco físico para a passagem de navios e expansões da atividade portuária. O custo extra deve-se à estrutura ser de uma ponte pênsil - desenho similar ao acesso entre São Vicente e Praia Grande ou da americana Golden Gate (São Francisco).
Segundo a previsão do Estado, a obra levaria 36 meses para ser finalizada, por meio de investimento privado. As intervenções são de responsabilidade da Ecovias, a partir de um aditivo contratual na concessão do sistema de rodovias Anchieta-Imigrantes (SAI).
A ponte é defendida por portuários dada sua vocação logística, encurtando o trajeto entre as duas margens do porto (Santos e Guarujá). A estimativa é de que até cinco mil caminhões trafeguem por dia na ligação seca. Espera-se cortar em dois terços o tempo de viagem das cargas e desafogar a rodovia Cônego Domênico Rangoni.