Em quatro anos, Baixada Santista ganha 80,3 mil novos eleitores

Região passou a ter 1,433 milhão de aptos a votar, número 5,93% superior ao de 2018. Em Praia Grande, alta foi de 15,

Por: Sandro Thadeu  -  19/07/22  -  21:17
Atualizado em 19/07/22 - 23:13
Santos registrou um dos menores índices de crescimento do eleitorado, com 2,57% entre 2018 e 2022
Santos registrou um dos menores índices de crescimento do eleitorado, com 2,57% entre 2018 e 2022   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A Baixada Santista ganhou 80.307 eleitores nos últimos quatro anos, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número de cidadãos aptos a votar passou de 1.353.426, em 2018, para 1.433.733 agora.


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A região teve alta de 5,93% no total de pessoas que podem ir às urnas. É um percentual acima do verificado no Estado (elevação de 4,93%) e inferior ao do País (+6,21%).


Praia Grande ganhou 33.487 votantes. Foi o município local com maior variação em termos absolutos e percentuais (15,67%).


Os números mostram crescimento além da média regional nas cidades periféricas: Bertioga (12,72%), Mongaguá (12,41%), Itanhaém (12,17%) e Peruíbe (10,65%).


As que ficam na área central e têm população maior também tiveram aumento no total de pessoas aptas a votar, mas, diferentemente de Praia Grande, com índices mais baixos: Guarujá (3,85%), Santos (2,57%) e São Vicente (1,95%).


Cubatão foi o único município com redução no total de eleitores perante 2018, de 96.250 para 94.385.


Análises

Na avaliação do cientista político e coordenador do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), Alcindo Gonçalves, a evolução no número de cidadãos aptos a votar no pleito deste ano acompanha o crescimento da população registrado nos últimos anos.


“Essas variações estão relacionadas com a questão demográfica. As cidades que mais crescem são Bertioga, Praia Grande e os demais municípios do Litoral Sul, enquanto o núcleo mais central, que não contabilizou um aumento populacional muito grande, teve uma evolução menor”, destacou Gonçalves.


A coordenadora do curso de Ciências Sociais da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Syntia Pereira Alves, pensa que muitas pessoas procuraram regularizar a situação do título de eleitor na Justiça Eleitoral, o que levou ao incremento.


Ela citou que, em parte das cidades onde a biometria era obrigatória nas últimas eleições, muitas pessoas ficaram impedidas de exercer o direito ao voto.


“Vejo que muitas famílias de São Paulo e de outras cidades do entorno resolveram migrar para cidades da Baixada Santista, como Praia Grande e Bertioga, onde o custo de vida é menor do que os de Santos e São Vicente. Essas mudanças também ocorreram em busca de uma qualidade de vida melhor”, justificou ela.


Região estratégica

A docente entende, ainda, que a região pode ser alvo da cobiça de políticos de outras localidades, que buscarão conquistar votos de um eleitorado que está em sintonia com determinadas bandeiras e em busca de novidades.


“Estamos falando de uma região que não pode ser ignorada pela classe política. Um fator que mostra a relevância dela é a presença do Porto de Santos, o maior da América Latina”, frisou.


O coordenador do IPAT destacou que o Brasil adota o sistema proporcional para eleger parlamentares, pelo qual a definição dos eleitos não leva em consideração só a votação obtida por um candidato, mas o conjunto de sufrágios alcançado pelo partido e pela federação.


“Naturalmente, todos os candidatos a deputado federal e estadual buscam votos em todo o Estado. Por esse motivo, é provável que muitos venham tentar conquistar o eleitorado da Baixada Santista.”


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