Ecovias explica pedágios mais caros a partir desta quinta-feira; veja os valores

Aumento é de 8,05% e foi publicado no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (25)

Por: Matheus Müller  -  01/07/21  -  08:31
   Após a construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes, em 2002, os critérios foram ajustados
Após a construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes, em 2002, os critérios foram ajustados   Foto: Carlos Nogueira/AT

A concessionária Ecovias, responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), informa que os reajustes nos pedágios da região, que entram em vigor a partir desta quinta-feira (1º), estão previstos em contrato de concessão. O aumento é de 8,05%, e os valores para chegar à Baixada Santista estão a partir de R$ 30,20, dependendo do tipo de veículo.


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Em nota, a empresa afirma que as tarifas “são determinadas pelo poder concedente (Governo de São Paulo) e fiscalizadas pela Artesp” - o reajuste de 8,05% foi publicado no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (25). “(Sobre o reajuste, acordado em maio deste ano) trata-se de uma solução de reequilíbrio contratual entre Governo do Estado e a Ecovias, para equacionar uma série de pendências que vinham sendo discutidas há anos entre as partes, com benefícios diretos à população”, destaca a empresa.


Explicação


A concessionária explica que, ao assumir a responsabilidade pela administração do SAI, em junho de 1998, continuou a cobrar a mesma tarifa fixada pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER), e que só em 2002 o procedimento mudou.


Naquela época, segundo a empresa, as tarifas vigentes não levavam em conta a Base Tarifária Quilométrica (BTQ) - valor por quilômetro usado ou colocado à disposição do usuário. “Após a conclusão da obra de construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes, no final de 2002, e seguindo as determinações estabelecidas pelo contrato de concessão, o critério de cobrança foi alterado, e as tarifas passaram a ser calculadas com base na BTQ”, destaca a Ecovias na nota enviada à Reportagem.


A Artesp e o Governo de São Paulo não responderam as críticas até o fechamento desta edição.


Concorrência


Os altos valores cobrados em pedágios, segundo o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, são reflexo histórico de investimentos realizados só no transporte rodoviário.


Para ele, a falta de concorrência de outros modais dá poder de mercado às concessionárias de rodovias para cobrar “pedágios com essa envergadura (do SAI)”. “São contratos malfeitos, fazendo quem depende das rodovias ser explorado”.


Braz entende que o Brasil tem pela frente muitos desafios, como fomentar o desenvolvimento de outros meios de transporte, e cita ferrovias e navegação por rios e portos. “Acho que o investimento na linha férrea é importante. Valeria a pena tanto para o transporte de pessoas como o de mercadorias. A questão da exploração dos rios navegáveis também é relevante em muitas regiões do País, assim como o (transporte por) mar”.


Braz ressalta, no entanto, que o Brasil precisa investir pesado em infraestrutura, o que, segundo ele, “requer grande maturidade”. “Ainda que sejam projetos a executar em parceria, o setor privado não vai afundar dinheiro num projeto dessa envergadura sem o Poder Público oferecer suporte”.


Valores


Com a mudança, o pedágio Riacho Grande/Piratininga (KM 31 Anchieta/KM 32 Imigrantes) terá o preço de R$ 30,20. O valor atual é R$ 28,00. Na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, km 250, em Santos, o valor atual é de R$13,00. Com o reajuste, ele passa a valer R$14,20. Já na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, km 280, em São Vicente, o pedágio cobrado atualmente é de R$7,60. Desta forma, o novo valor é R$ 8,20.


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