Doria critica Bolsonaro e afasta 'populismo, achismo, visão ideológica torpe, fraca e medíocre'

Governador de São Paulo decretou ampliação da quarentena; presidente defende retomada das atividades

Por: Matheus Müller  -  06/04/20  -  23:42
  Foto: Divulgação/Governo do Estado

Antes de anunciar novo decreto, que amplia o tempo de quarentena no Estado de São Paulo até 22 de abril, o governador João Doria (PSDB) citou inúmeras vezes que seu governo é pautado pela ciência e medicina, o que tem sustentado a manutenção do isolamento e distanciamento social. Ele fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende a volta às atividades em prol da economia.


Segundo o governador, seu respeito pela “materialização do estudo e da técnica” afasta seu governo do “populismo, achismo, da visão ideológica torpe, fraca e medíocre”.


Doria disse que não é só o Governo do Estado de São Paulo que se baseia em estudos e opiniões de especialistas, mas diversos outros países.


“Será que a ciência mundial está errada? Será que a Organização Mundial da Saúde [OMS] está errada? Será que ministros e secretários de saúde de 56 países, que recentemente fizeram uma conferência com o diretor geral da OMS recomendando o afastamento social, estão todos errados?”.


Em uma referência a Bolsonaro, ele questiona: “será que um único presidente da República no mundo é o certo? Que detém o poder, a capacidade, a ciência e o conhecimento para discordar do mundo? Do mundo que quer proteger vidas e salvar pessoas”.


Doria ainda citou que mesmo os ministros da Saúde (Luiz Henrique Mandetta), da Justiça (Sérgio Moro), da Economia (Paulo Guedes) e o vice-presidente (Hamilton Mourão) defendem o isolamento da população, assim como o Centro de Estudo do Exército Brasileiro.


E desabafou: “aqueles que me pressionam por WhatsApp, telefonemas e cartas, para que possamos agir contra os nossos princípios e os princípios da medicina, a estes pergunto: vocês estão preparados para assinar os atestados de óbitos de brasileiros? Estão preparados para carregar os caixões das vítimas de coronavírus? Vocês que defendem a abertura [de comércio], aglomerações e minimizam a crise gravíssima que estamos. Vão enterrar as vítimas?”.


Logo A Tribuna