Dia Mundial do Rádio é celebrado neste sábado: 'É apaixonante e inovador'
Radialista Val Tomazini comenta sobre a data e enaltece a importância do veículo de comunicação
Atualizado em 13/02/21 - 18:09
Neste sábado, 13 de de fevereiro, é comemorado o Dia Mundial do Rádio. Embora as tecnologias avancem juntamente com a qualidade de áudio transmitida, a liguagem próxima, informação, entretenimento, música, e várias características permanecem as mesmas.
Das primeiras transmissões nos anos 1920, até as digitais de hoje, o veículo evolui e agrega conteúdo em suas transmissões. "Ele está nas casas, nos carros e agora no celular, e é, sem dúvida, mágico! Fico imaginando o que seria do mundo sem rádio, sem essa comunicação direta, sem essa interatividade diferente e que aproxima tanto as pessoas", diz o radialista Val Tomazini.
O radialista tem 38 anos, e já passou 24 dentro dos estúdios. Para ele o rádio é criatividade: "Mudanças diárias, criação de novos produtos, ajustes na comunicação, entre outras situações são elaboradas em um instante. Basta ter uma ideia, talvez até mesmo no ar se comunicando com o ouvinte, que já pode virar um programa", afirma.
A data
O Dia Mundial do Rádio foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), e oficializado em 2011. A data é uma homenagem à primeira emissão de um programa da United Nations Radio (Rádio das Nações Unidas), em 1946. O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende lembra que muito se falou sobre a morte do rádio, com a chegada da TV. “Foi quando o rádio perdeu espaço. Mas não perdeu importância”, disse.
Criatividade
Para Tomazini, o rádio tem várias características: "Se for pra definir em uma palavra, hoje, eu definiria em criativo. Os meios de comunicação passam atualmente por uma mudança diária, antigamente levaria meses ou anos para isso acontecer. Sem dúvida o rádio é o meio de comunicação mais veloz e no âmbito criatividade não é diferente", diz. Outro aspecto do rádio é a agilidade. No jornalismo, por exemplo, o veículo pode apurar um fato, colocar no ar entrevistados e contar a história em minutos. No entretenimento, e massificação de músicas é uma das melhores formas de valorizar ou lançar artistas de forma não volátil.
Quase foi preso
"Pra mim, o rádio é uma escola para ‘alunos’ e ‘veteranos’ do meio de comunicação. Ele é apaixonante, inovador e não tem como não aprender algo novo todo dia", diz o radialista, que contou uma curiosidade ocorrida com ele no início da carreira, em uma emissora comunitária no interior de São Paulo e não legalizada. "Havia locutores muito mais experientes que eu que falavam perfeitamente inglês. Na época Bon Jovi estava fazendo sucesso com uma música que o nome era muito difícil para quem não tinha noção básica da língua inglesa: Janie, Don't You Take Your Love To Town era o nome da canção.
Foram doze dias de ensaio para anunciar a música, e quando chegou o dia, caminhando para a rádio ele viu de longe um carro da polícia no local. "Fui me aproximando e fiquei observando que eles tinham fechado a rádio, levando todos os equipamentos, já que não era legalizada. Depois dos 12 dias me preparando, tive a cara de pau de perguntar para o policial se não poderia deixar a emissora mais uma hora ligada só para eu poder falar o nome da música que eu tinha ensaiado. E foi quando eu quase fui preso" contou.
Números
De acordo com o Ministério das Comunicações há, no Brasil, cerca de 5,1 mil rádios comerciais. Há, ainda, cerca de 700 rádios educativas, 458 rádios públicas e 4.634 rádios comunitárias. Na pesquisa Inside Radio, na qual são apresentados aspectos de comportamento e hábitos dos ouvintes de rádio, a Kantar Ibope Media verificou que 81% ouve rádio por meio comum, e ele é ouvido por 78% da população, nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas. Ainda segundo a pesquisa, cada ouvinte passa cerca de 4h41m por dia ouvindo rádio.