Deputados estaduais da região opinam sobre criação de 'auxílio-carro' a parlamentares

Resolução, apresentada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, prevê verba de R$ 4.244,00 mensais para quem decidir abrir mão do veículo da frota e optar pelo aluguel

Por: Bruno Gutierrez & Com informações do Estadão Conteúdo &  -  11/04/19  -  15:40
Caio França (PSB), Paulo Corrêa Jr (PATRI), Tenente Coimbra (PSL) e Kenny Mendes (Progressista)
Caio França (PSB), Paulo Corrêa Jr (PATRI), Tenente Coimbra (PSL) e Kenny Mendes (Progressista)   Foto: Assembleia Legislativa de SP

Uma resolução, elaborada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), propõe a criação de um "auxílio-veículo" para os deputados estaduais. Pela proposta, cada parlamentar que decidir abrir mão do veículo da frota do Legislativo e optar pelo aluguel receberia uma ajuda de R$ 4.244,00 mensais. Esse valor seria acrescido aos R$ 33,1 mil que cada deputado já tem direito por mês como verba de gabinete.


Caso seja aprovada, a resolução irá gerar um custo anual de R$ 5 milhões aos cofres públicos. O orçamento de 2019 da Assembleia paulista é de R$ 1,3 bilhão. Segundo a assessoria da Casa, o objetivo é extinguir a frota parlamentar em um ano. Os veículos serão doados ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.


A atual frota da Casa foi adquirida há oito anos e possui, em média, 350 mil quilômetros rodados. No ano passado, os automóveis - da marca Chevrolet Cruze -, tiveram um custo de R$ 1,8 milhão somente com manutenção.


A Tribuna On-Line entrou em contato com os representantes da Baixada Santista dentro do Legislativo estadual para saber o posicionamento de cada deputado. Na visão de Caio França (PSB), se gasta muito com a atual frota. "O carro é um instrumento de trabalho do parlamentar. A frota da Alesp é antiga e gasta demais com manutenção, por isso a locação de veículos foi regulamentada", disse o pessebista.


Matheus Coimbra Martins de Aguiar, o Tenente Coimbra (PSL), rejeitou a proposta de se criar uma nova verba com alugueis de automóveis. "Em uma época onde se fala no contingenciamento dos gastos públicos e no enxugamento da máquina, é inadmissível acrescentarmos valor a uma verba que já é suficientemente grande.


Se ficar comprovado que a locação diminui o custo em relação ao quadro atual, a frota deve ser leiloada e vendida, para que o dinheiro seja aplicado e não somente cedido a alguma fundação. Se, de fato, a opção escolhida for a de alugar veículos, é preciso que esse gasto seja pago com a atual verba de gabinete, sem aumento nenhum", destacou o deputado.


Já Paulo Corrêa Jr. (Patriota) ressaltou a importância do veículo para se locomover pelos municípios paulistas e defendeu a locação dos veículos como alternativa para redução de gastos. "O veículo é extremamente necessário pois, quem me acompanha nas redes sociais, sabe as distâncias que percorro, quantas cidades do estado rodo.


Quando cheguei na Alesp, os carros já existiam e a decisão de comprar ou locar é da Mesa Diretora da Casa. Sobre a opção da locação, na questão de revisão e troca de peças, acaba sendo melhor pois  quem arca com essas despesas de manutenção é a locadora e não mais a Casa", analisou o parlamentar.


Por fim, Kenny Mendes (Progessista) já adiantou que não pretende utilizar tais recursos, se os mesmos forem criados. "O projeto de resolução da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ainda não foi alvo de votação, mas, de antemão, afirmo que não pretendo utilizar a verba prevista no eventual ‘auxílio-veículo’, caso o benefício venha a ser aprovado", explicou Mendes.


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