Coronavírus: Proibir é medida extrema, diz comércio e Igreja

Apesar dos impactos, representantes entendem necessidade de cumprir determinação para preservar vidas

Por: Maurício Martins  -  20/03/20  -  14:50
Igrejas também precisaram fechar as portas por ordem das autoridades
Igrejas também precisaram fechar as portas por ordem das autoridades   Foto: Matheus Tagé/AT

O fechamento dos shoppings para evitar aglomerações e impedir que o vírus se espalhe de forma agressiva na região é visto como medida extrema e de grande impacto na atividade comercial. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista, Omar Abdul Assaf, afirma confiar nas autoridades e crer que isso salvará vidas. A medida é uma das nove decisões tomadas na quinta-feira (19) por autoridades da região.  


“A situação é apavorante, o comércio vai sofrer muito. Mas não quero questionar, confiamos nos técnicos. É um fato inédito, mas se esse é o remédio para a cura, temos que fazer. Vai gerar um caos social no comércio, com desemprego, recessão violenta”, diz.  


Os shoppings da região informaram que vão fechar as portas. Em nota, o Shopping Parque Balneário informa, através de sua assessoria de imprensa, que a determinação “se faz necessária diante do atual cenário, a fim de zelar pela segurança de todos.”  


Outra decisão das autoridades foi o fechamento dos hotéis da região. O Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes (SinHoRes) recomenda que os proprietários sigam as regras, mas garante que a entidade não medirá esforços para minimizar os prejuízos amargados pelo setor nesse período.  


“Estamos passando por um período cheio de incertezas e o nosso setor será um dos mais afetados. Já imaginando o cenário atual, esta semana negociamos um acordo trabalhista emergencial (como sindicato dos empregados), unindo forças neste momento de pandemia”, explica o presidente do SinHoRes, Heitor Gonzalez. 


Igreja 


As igrejas também forma obrigadas a paralisar as atividades na região. O bispo de Santos, Dom Tarcísio Scaramussa, afirma que se trata de uma medida extrema, “mas que julgam necessária, juntamente com as outras medidas tomadas, para conter o avanço da epidemia”.  


“Da parte da Igreja, acatamos as decisões, dispostos a colaborar no sentido de preservar a vida de tantas pessoas. Sendo assim, a partir desta sexta-feira (20), as igrejas fecharão suas portas. Como pastores, deveremos descobrir formas de assistir espiritualmente o nosso povo nesta situação dramática”.  


Segundo o bispo, cuidado e assistência se torna ainda mais necessário, porque é um momento de grande solidão e dificuldade. “Sentir a presença, a força e a graça de Deus é a maior ajuda que necessitamos. Nos próximos dias vamos estabelecer iniciativas para ir ao encontro desta necessidade”. 


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