Comércio da Baixada Santista deve sentir restrições e reduzir contratações
Representantes do setor já estimam vendas de Natal mais fracas do que se projetava há alguns meses e diminuição nas contratações de fim de ano
A mudança da região para a fase amarela minou as expectativas do comércio da Baixada de se recuperar, pelo menos em parte, das perdas provocadas pela pandemia. Representantes do setor já estimam vendas de Natal mais fracas do que se projetava há alguns meses e diminuição nas contratações de fim de ano, principalmente pela redução do horário de funcionamento.
Segundo Nicolau Miguel Obeidi, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Santos-Praia, a ação de endurecer as regras para as atividades econômicas será importante para “chacoalhar” as pessoas que acham que a pandemia acabou. Porém, para o comércio, será ruim.
“Concordo limitar funcionamento de estabelecimentos até 22 horas, porque a vida noturna teve impacto negativo e isso tem relação com a falta de fiscalização. Mas, diminuir o tempo de funcionamento e o fluxo vai causar problemas financeiros para os lojistas que esperavam recuperar agora boa parte do que perderam durante o ano”.
Para Obeidi, a medida fará com que seja um Natal fraco. “Já prevemos impacto nas contratações de temporários. Veja, os shoppings que com o horário de fim de ano tinham duas escalas de trabalho, com tempo reduzido, vão conseguir se ajustar com uma escala só”.
Erro reduzir horário
Além disso, o setor alerta para uma dificuldade em relação ao controle da própria pandemia. Na edição de ontem, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista da região, Omar Abdul Assaf, considerou um erro reduzir o horário das lojas. Alcides Antoneli, presidente da Associação Comercial de São Vicente, concorda.
“Nesta época, o movimento após as 19 horas é forte, e essa mudança vai impactar, aumentando a concentração de pessoas durante o dia”. Além disso, em São Vicente, que tem um comércio popular forte, a medida deverá provocar queda de cerca de 5% nas vendas. “Mas vamos aguardar as medidas da Prefeitura”, considerou Assaf.
Bares e restaurantes também terão prejuízos, avalia o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHores), Heitor Gonzalez.
“Restaurantes e bares tomaram as precauções e obedeceram às leis. Existe um determinado tipo, com música ao vivo, em que as pessoas circulam, que os protocolos foram deixados de lado. Mas foi uma minoria. Com as novas regras, se eles tiverem que fechar às 22 horas, haverá um prejuízo grande”.
Os bares perderão, conforme Gonzalez, três horas no período de maior movimento. “Estimo até que a perda dos bares seria de quase 50% do faturamento”.