Com Foo Fighters na pele e ingressos na mão, morador de Santos lamenta morte de Taylor Hawkins

Cássio tatuou a banda no dia da morte do baterista. Ele levaria o filho para acompanhar seus ídolos no Lollapaloza

Por: Raphaella Santucci  -  26/03/22  -  10:58
Atualizado em 26/03/22 - 11:11
Cássio Amorim é fã da banda americana e fez tatuagem pré-Lollapalooza para homenageá-los
Cássio Amorim é fã da banda americana e fez tatuagem pré-Lollapalooza para homenageá-los   Foto: Arquivo pessoal

Após um período sem grandes eventos devido à pandemia da covid-19, os fãs de música ao vivo e dos shows presenciais começam a voltar a sentir o calor no coração que só as melodias dão. Neste ano, o Lollapalooza foi confirmado e animou fãs de todos os artistas convidados, principalmente os seguidores da banda Foo Fighters.


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Formada em 1994, a banda comandada pelo vocalista Dave Grohl foi anunciada como atração principal do último dia do festival [domingo] e deixou fãs ansiosos pela apresentação. Porém, a morte do baterista Taylor Hawkins no hotel onde os artistas estavam hospedados deixou os seguidores do grupo 'sem chão'. O músico foi encontrado morto nesta sexta (25), em Bogotá, na Colômbia.


Com ingressos em mãos, contagem regressiva para o show e músicas da banda na ponta da língua, o músico e ator Cássio Amorim, de 43 anos, contou para a reportagem de A Tribuna sobre sua idolatria pela banda, a frustração pelo cancelamento do show e a tristeza com a morte de Taylor Hawkins.


Morador de Santos e fã da banda americana desde 1997, Cássio revela que não costumava ser amante de bandas de rock populares - como Nirvana. Mas no momento em que assistiu o videoclipe de 'Everlong', do Foo Fighters, se viu atraído pelo audiovisual da obra.


Ao ser presenteado com um CD do Foo Fighters, Amorim afirma que foi o álbum que mais ouviu na vida. "Meu primo me deu o 'The Colour and the Shape', segundo CD deles. Daquele momento em diante, fiquei completamente fanático por eles", conta.

O músico diz que o que mais o atraiu no grupo foi o fato de Dave Grohl, vocalista da banda, ter gravado o primeiro disco da banda sozinho, tocando todos os instrumentos por conta própria. "Eu estava começando na música, aquilo me chamou muito a atenção. Nunca tinha tido contato com alguém com essa habilidade".


Já tendo assistido cinco shows da banda ao vivo, Cássio afirma que o momento da divulgação do grupo no Lollapalooza foi uma loucura. "Corri para comprar ingresso, não pensei em preço nem em todo custo que iria dar. Só queria ir". O filho do músico, de 13 anos, iria curtir o primeiro festival de música junto ao pai. "Minha expectativa estava a milhão", relembra o sentimento de ansiedade para o grande dia.


Paixão de dentro para fora

Como fã e pai, a data 27 de março ficaria marcada na vida de Cássio. Há tempos, ele planejava fazer uma tatuagem para homenagear a banda que tanto o inspira. Ele conta que queria deixar destacado em sua pele a ocasião do show. "O dia não seria especial só pelo Foo Fighters. Seria também pela minha história, pelo dia especial que eu teria com meu filho", explica.


Coincidentemente, no dia em que o baterista morreu, Amorim fez a tatuagem dedicada aos ídolos para expressar sua paixão. Na parte da noite, no meio de um show da banda que faz parte, Cássio relata que seu celular começou a apitar com muitas mensagens e publicações da página oficial do Foo Fighters que divulgava a morte de Hawkins.


Cássio Amorim transmitiu sua paixão ao grupo do coração para a pele
Cássio Amorim transmitiu sua paixão ao grupo do coração para a pele   Foto: Reprodução/Instagram

"Foi como receber uma pancada da nuca. Meu colega pediu para desviar a atenção do celular e me concentrar na música. Desliguei o aparelho por 15 minutos, mas não consegui parar de pensar no que tinha lido", relembra o momento que descobriu sobre a morte do baterista.


Amorim diz que está completamente devastado, e faz alusão da situação como 'um jogador na Copa do Mundo que estava vencendo, mas levou uma goleada do adversário nos últimos momentos'. Ele salienta que Taylor Hawkins tinha a cara e personalidade do Foo Fighters, que, junto com Dave Grohl, liderava a banda. "Ele cantava bem, era brincalhão. Era um cara muito amado, todos estão chocados com a notícia".


Taylor Hawkins morreu nesta sexta-feira (25)
Taylor Hawkins morreu nesta sexta-feira (25)   Foto: Reprodução/Twitter

Cássio ainda faz um apelo para que fãs e amantes da banda não façam especulações sobre motivos da morte do baterista. "Ainda que tenha sido uma coisa ruim, é difícil julgar", finaliza.


Fãs lamentam morte de Taylor Hawkins e relatam frustração com show cancelado

A analista fiscal Giovana Santos, 23 anos, moradora de São Paulo, contou para A Tribuna que a paixão pela banda foi passada quando ela tinha dez anos, por sua irmã mais velha. Era comum ouvir as músicas do grupo pelos cômodos da casa da jovem, que teve a adolescência marcada por canções deles. Com a pandemia, o amor pela banda se potencializou e fez com que ela comprasse livros e itens deles. "Eu não conheço outra banda com a mesma força e energia que eles têm", aponta.


Giovana estava no trabalho quando a banda foi anunciada no Lollapalooza, e logo ligou para a irmã contando a novidade. "Sonhávamos em ver o Foo Fighters juntas, é a banda que temos em comum. Convenci ela a ir comigo, foi uma grande emoção. Seria um momento de união entre nós duas". A analista comprou ingressos para todos os dias do festival.


Fã de Foo Fighters desde a adolescência, Giovana ia curtir o show com a irmã
Fã de Foo Fighters desde a adolescência, Giovana ia curtir o show com a irmã   Foto: Arquivo pessoal

Ela lamenta a morte do baterista Taylor Hawkin e diz extremamente chateada. "É uma pessoa que eu não conheço, nunca convivi. Mas me marcou de uma forma muito especial. O Taylor tinha uma força gigantesca, [a morte dele] chocou muitas pessoas", conclui.


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