Clima tranquilo marca eleições em cidades da Baixada Santista

Segundo juiz eleitoral, não foram registradas prisões em flagrante por boca de urna

Por: Da Redação  -  16/11/20  -  11:29
Atualizado em 16/11/20 - 11:40
Pessoas indo realizar a votação na UNIBR em São Vicente
Pessoas indo realizar a votação na UNIBR em São Vicente   Foto: Cássio Lyra/AT

As eleições em Santos foram tranquilas, com poucas ocorrências e nenhuma prisão em flagrante por boca de urna - embora A Tribuna tenha flagrado algumas situações do tipo. Apenas urnas substituídas por problemas técnicos, explica o juiz eleitoral Joel Birello Mandelli, da 118ª Zona Eleitoral de Santos, onde os trabalhos de apuração ficaram concentrados. 


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“A votação foi tranquila, nenhuma ocorrência grave. Muitas urnas tiveram que ser substituídas, mas graças a Deus tínhamos reserva. Não houve nenhuma substituição nem voto eletrônico pelo de papel, de forma que foi uma vitória também para a Cidade”. 


A demora para a divulgação dos resultados de Santos não teve relação com a apuração no Município. Antes das 21 horas, os dados de todas as urnas já haviam sido repassados ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que teve problemas técnicos, sobrecarga e lentidão nas informações. 


“O único percalço foi esse atraso na totalização dos votos pelo TSE, mas também não chegou a comprometer. Sei que as pessoas, principalmente os candidatos, estão ansiosos pelos resultados, mas considerando a dimensão dessa eleição, o resultado sair pouco depois da meia-noite não me parece descabido”, diz o juiz. 


Mandelli pontuou que houve um alto índice de abstenção, de 30,08%. “Um dado triste, preocupante, mas esperado em função da pandemia. Um número grande de pessoas que, por alguma razão, não exerceu seu direito de voto, não escolheram candidatos”. 


Avaliação 


Professor universitário de Ciência Política e Direito Constitucional, Leandro Matsumota acredita que nessa eleição não houve espaço para outsiders, aquelas pessoas de fora do meio político que se candidatam. “Aparentemente os políticos voltaram a ter espaço na agenda nacional, veja em São Paulo, dois políticos experientes no segundo turno (Bruno Covas, do PSDB, e Guilherme Boulos, do PSOL)”. 


Sobre a infraestrutura do pleito, ele acredita que foi boa. “O fluxo de votação foi bem feito, tudo aconteceu até muito melhor do que as outras eleições. E as pessoas estão mais críticas para votar, o que positivo”.


São Vicente


Ao contrário dos últimos dias de campanha em São Vicente, as primeiras horas de eleição na Cidade foram de tranquilidade. Nas escolas que serviram de postos de votação na região central, quase não havia movimento pela manhã.


Mas, em outros locais, não havia como esquecer que era dia de eleição. Os santinhos de candidatos pelas calçadas próximas às urnas lembravam aos eleitores que algo estava ocorrendo. 


“Tudo transcorreu bem. Na hora de votar, teve distanciamento e álcool disponível. Muita calmaria nas primeiras horas”, conta o autônomo Claudio Paiva, de 59 anos, que votou com a bancária Cleide Paiva, de 54 anos, na Unibr. Eles ficaram decepcionados com a sujeira. 


“A minha rua amanheceu forrada de papelzinho de candidato. Não voto em quem faz isso”, queixa-se ele. “Depois chove e vai tudo para o bueiro. Não adianta exigir consciência das pessoas depois de eleito e fazer isso agora”, afirma Cleide.


Outros locais


Na Área Continental, muitos eleitores aproveitaram o final da manhã para votar. Escolas como a EMEF Jorge Bierrenbach Senra e a EE Esmeraldo Soares Tarquinio Campos Filho, no Jardim Rio Branco, tinham fila perto do meio-dia. De acordo com funcionários dos colégios, o movimento foi grande desde a abertura da seção. 


Muitos queriam cumprir a obrigação eleitoral para tentar ainda aproveitar o domingo de sol. Mas teve gente que correu para as urnas no intervalo do trabalho. 


Era o caso do zelador Eliano Vitoriano dos Santos, de 36 anos. “Apesar da porta cheia de gente, foi bem rápido para votar. Espero que quem ganhar faça o melhor pela Cidade”, afirma ele, que retornou ao serviço na sequência. 


Já no Humaitá, a movimentação maior em frente à EMEF Caic Ayrton Senna da Silva era de fiscais de partido e apoiadores de candidatos.


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