Cidades da Baixada Santista pedem 167 leitos para enfrentar o coronavírus

Noventa vagas são de UTI Adulto; solicitação faz parte do Plano Regional de Contingência, definido em conjunto com o Departamento Regional de Saúde (DRS-4)

Por: Por ATribuna.com.br  -  17/03/20  -  20:24
  Foto: Agência Brasil

Os secretários municipais de Saúde das nove cidades da região pediram a instalação emergencial de mais 167 leitos para atendimento de eventuais casos do novo coronavírus (Covid-19). Ao menos 90 dessas vagas são de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto. A quantidade consta no Plano Regional de Contingência, definido em conjunto com o Departamento Regional de Saúde (DRS-4), em reunião na segunda-feira (16).


A solicitação requer a liberação de recursos junto às esferas estadual e federal. Conforme o planejamento, na região, há um total de 464 leitos de UTI Adulto, sendo 263 em Santos. “A necessidade de implementar novos leitos no SUS é para que possamos ter centros de referência específicos para monitoramento de eventuais pacientes”, diz o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz.


Apesar de ainda não haver a circulação da Covid-19 na região, as prefeituras trabalham com a perspectiva técnica de 1.900 pessoas infectadas. A quantidade representa de 0,1% em relação à população local (estimada em cerca de 1,8 milhão), conforme verificado na China, iniciou a pandemia.


“Outro número chave é o de 2,4 leitos de UTI Adulto para cada 10 mil pessoas. A região, hoje, fazendo o recorte do SUS, tem pouco abaixo de um leito para cada 10 mil. No entanto, quando agregamos a rede privada, alcançamos 2,4”, continua Ferraz. 


Segundo ele, 80% dos infectados não apresentam quadros clínicos agravados, recebendo tratamento em isolamento doméstico. “De 10% a 15% é que podem necessitar de internação hospitalar”, explica o secretário.


O plano emergencial prevê a utilização do 9º andar do Complexo dos Estivadores, que já tem estrutura pronta para tratamento intensivo. A proposta é que possam ser instalados 20 leitos de UTI no local, além de outros 30 no Hospital Guilherme Álvaro e nos filantrópicos. “Os hospitais filantrópicos, como Santa Casa e Beneficência, se colocaram à disposição”. 


Insumos


No Plano Regional de Contingência, também foram relacionados os principais equipamentos de proteção para os trabalhadores da saúde e insumos necessários para o enfrentamento do novo coronavírus, como máscaras, luvas, aventais, gorros, seringas e demais equipamentos utilizados para coleta de materiais e aplicação de medicamentos.


“Cada município colocou as suas perspectivas de necessidades, sendo necessária, para isso, a liberação de recursos. Temos tudo mapeado e entregue aos governos estadual e Federal, para que possamos acompanhar a crise que muito provavelmente chegará à nossa região”, acrescentou Ferraz.


O Plano Regional de Contingência integra as 11 medidas preventivas tomadas na última segunda-feira (16) pelos prefeitos e secretários municipais de Saúde da região, para evitar a chegada do novo coronavírus (Covid-19) à região, assim como conter seu avanço a partir da confirmação de casos da doença. O tema foi tratado em reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) na sede da Prefeitura de Santos.


Na última segunda, também ocorreu a primeira reunião do Comitê Municipal de Contingência para Enfrentamento do Coronavírus, criado pela Portaria n° 39/2020. Participaram 38 representantes de vários órgãos e entidades públicas e privadas e da sociedade civil de Santos, quando foram apresentadas e discutidas as medidas já colocadas em prática e em planejamento.


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