Cidades da Baixada Santista não pretendem antecipar segunda dose da vacina contra Covid-19

Municípios concordam com o intervalo atual e dizem que vão seguir o estipulado pelo Governo do Estado; veja detalhes

Por: Maurício Martins  -  19/07/21  -  06:52
Atualizado em 19/07/21 - 09:22
     Baixada Santista não pretendem antecipar segunda dose
Baixada Santista não pretendem antecipar segunda dose   Foto: Susan Hortas/Prefeitura de Santos

As cidades da Baixada Santista não pretendem pedir ao Governo Estadual autorização para antecipar a segunda dose das vacinas contra o coronavírus. Para os municípios, os prazos devem ser respeitados, até que exista alguma nova diretriz técnica. A CoronaVac tem intervalo de 28 dias entre as doses. No caso da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca, o período é de três meses.


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A discussão sobre o tema teve início após a Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) ter feito o pedido de antecipação ao Estado, na última quinta-feira (15). A justificativa foi de que a medida viabilizaria o retorno presencial das aulas na rede municipal, previsto para 3 de agosto no Ensino Fundamental.


A Secretaria de Estado da Saúde informou para A Tribuna que o Plano Estadual de Imunização (PEI) contra a covid-19 foi elaborado de forma a garantir doses para completar o esquema vacinal dos públicos-alvo da campanha, “considerando as recomendações da Anvisa e do PNI (Programa Nacional de Imunizações), que atualmente indicam duas doses da vacina do Butantan, com intervalo de 28 dias, e duas das vacinas Fiocruz e Pfizer, com 12 semanas entre ambas”.


Infectologistas opinam


A infectologista Raquel Muarek explica que a segunda dose da vacina da AstraZeneca pode ser tomada entre quatro e 12 semanas, segundo a bula. “Se estiver sobrando ou com um aumento de doses, antecipar para oito semanas não teria problema, como está sendo feito em alguns distritos. Não é prejudicial, mas precisa ter a vacina. O ideal é esperar a Anvisa e uma análise do Governo (Federal) para essa antecipação”.


O infectologista Roberto Focaccia diz que a questão “muito discutível”. “Não dever ser realizados esquemas fora dos experimentados e aprovados, a não ser em casos excepcionais. Além disso, (antecipar a segunda dose) deixa sem cobertura de primeira dose muita gente. E a primeira dose reduz parcialmente a transmissão do vírus e possivelmente tem sido um fator muito positivo em diminuir a hospitalização”.


Com a quantidade limitada de vacinas no Brasil, não há motivo para a antecipação, diz o infectologista Leonardo Weissmann. “O ideal é ampliar a cobertura com a primeira dose, o que já permite reduzir o número de casos e de óbitos. Sou favorável a manter o intervalo de 12 semanas (Pfizer e AstraZeneca), orientando e motivando a população sobre a importância de tomar as duas doses. Estudos têm mostrado que, quanto maior o intervalo, maior a proteção”.


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