Boas ações são sopro de esperança contra o medo do coronavírus na Baixada Santista

Solidariedade praticada por moradores da região ameniza tensão vivida em tempos de pandemia de Covid-19

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  20/03/20  -  14:24
A professora Mariana Andolfato decidiu oferecer ajuda por meio de bilhete em elevador
A professora Mariana Andolfato decidiu oferecer ajuda por meio de bilhete em elevador   Foto: Divulgação

Pandemia, isolamento, vírus. Essas palavras têm dominado o mundo e tornado o dia a dia das pessoas cheio de tensão. Mas, no meio desta pesada rotina, algumas boas ações têm mostrado que a solidariedade pode tornar tudo mais fácil. 


Talvez a primeira medida que acendeu o sinal de alerta nas famílias que vivem uma pandemia pela primeira vez tenha sido o anúncio de que as aulas seriam suspensas na região. Muitos pais se viram de uma hora para a outra com os filhos o tempo todo em casa e tendo de lidar com o home office. Foi aí que a contadora de histórias Camila Genaro decidiu que poderia ajudar.


“Eu estava com uma programação de contação de histórias no shopping, mas no dia, tinha até um silêncio ensurdecedor. Decidi fazer essa contação para as crianças que estão em casa, algo que vai se intensificar. E tem sido muito bacana”. 


Todos os dias, às 15 horas, no Facebook (/camilagss) e no Instagram (@camila.genaro), ela faz a contação de uma história. Outras contadoras estão nessa ciranda, colocando conteúdo de qualidade na internet e ajudando a entreter os pequenos.


“O que tem que viralizar são as boas práticas. Tomei essa atitude a partir da percepção de que é hora de ficar em casa e pensar no coletivo”.


Camila Genaro conta diariamente nas redes sociais, às 15h, histórias bastante divertidas
Camila Genaro conta diariamente nas redes sociais, às 15h, histórias bastante divertidas   Foto: Arquivo pessoal

Grupo de risco 


Apesar de ser uma doença nova, a Covid-19 já mostrou ser mais agressiva entre os idosos. Por isso, há um esforço para tentar conscientizar a população que eles precisam ser protegidos. Foi aí que a professora de Inglês Mariana Andolfato decidiu ajudar. 


“Olá, vizinhos mais velhinhos. Vocês não precisam sair de casa. Se precisarem, de algo da rua (padaria, mercado, farmácia), podem contar conosco”, escreveu ela em um papel e pregou no elevador do prédio onde mora, em Santos. 


“Tive a ideia depois de um post que vi no Instagram. Achei que no meio do caos, seria uma forma de servir às pessoas em grupo de risco. Estou aqui para ajudar os que vierem a precisar”. 


Compartilhando conhecimento


A estudante vicentina Mariana Martins, após muita batalha, conquistou uma vaga no curso de Medicina da USP neste ano. Porém, com a pausa das aulas por tempo indeterminado, ela decidiu que poderia ajudar. 


Desde a primeira semana na faculdade, Mariana passou a ser plantonista no cursinho popular organizado pelos alunos da USP e, com a suspensão das aulas, passou a dar plantões on-line. 


“Diante do contexto de pandemia e também da suspensão das aulas dos colégios e dos cursos pré-vestibulares, achei que seria interessante estender isso e fiz uma publicação no Facebook (/mari.martinxx) me disponibilizando para orientar os alunos em seus estudos de vestibular, para plantão de dúvidas, correção de redações e eventuais demandas, sendo tudo sem custo e pela internet”. 


Para Mariana, ações como essas são importantes diante do novo cenário que foi imposto aos brasileiros. “No caso dos vestibulandos, já há a questão de toda a angústia que envolve o preparo e o processo seletivo, então a ajuda de alguém que passou por isso pode amenizar o estresse e trazer um certo conforto”. 


Ela analisa que a rotina de muitos foi afetada e as pessoas estão se adaptando. Por isso, é importante cada um ajudar como pode.


Mariana Martins pretende orientar on-line alunos que farão vestibular
Mariana Martins pretende orientar on-line alunos que farão vestibular   Foto: Carlos Nogueira/AT

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