Bióloga explica aparição de pinguins e baleias na Baixada Santista; confira orientações
Órgãos de resgate devem ser acionados ao avistar os animais marinhos
Atualizado em 14/07/21 - 12:13
Animais marinhos como pinguins e baleias têm aparecido com maior frequência em praias da Baixada Santista. Apesar da curiosidade natural das pessoas, existem diversos cuidados que devem ser tomados ao avistar o animal marinho.
A bióloga Rosane Farah é a responsável técnica no Instituto Gremar, que atende ocorrências de encalhes de animais entre as cidades de São Vicente e Bertioga. Ela explicou que os pinguins-de-magalhães chegam até a região em busca de alimento.
"Nesse período de inverno os pinguins saem da Patagônia e dispersam perto da nossa costa, chegando até o Espírito Santo. Eles não estão perdidos e nem fugindo do frio, estão procurando alimento. Muitos ficam exaustos da viagem e acabam encalhando na praia".
Alguns desses pinguins são jovens, e esse pode ser um motivo para que eles se percam, segundo a especialista. "Alguns estão fazendo a primeira 'viagem' da vida. Pode acontecer também de, por conta de escassez de alimentos, os pinguins se aventurem e busquem comida mais longe", alerta.
"Às vezes até a exaustão pode gerar o encalhe. Quando os resgatamos, notamos que eles estão magros, desidratados e hipotérmicos, até por conta da falta de alimento, já que ele não tem gordura suficiente para manter a temperatura corporal", completa.
Rosane explica que, ao se deparar com um pinguim na praia, não se deve colocá-lo em temperaturas baixas, como em um cooler com gelo e nem de volta para a água. Além disso, também não é indicado alimentá-lo e nem tocar o animal, porque pode assustá-lo e fazer com que volte para água.
"Sabemos que ele é um animal carismático, mas é muito importante que se tome esses cuidados e ligue para o órgão responsável pelo resgate animal no município".
Baleias
No caso das baleias, a bióloga afirma que também é muito importante manter distância, até mesmo por conta de possíveis doenças que só serão analisadas por profissionais.
Em institutos como o Gremar, os pinguins entram em reabilitação e ficam em observação até o momento da sua soltura, que nunca é sozinho. "Fazemos exames constantes e eles vão passando por etapas de evolução conforme respondem ao tratamento. A gente sempre forma grupos de pinguins para aumentar a chance de sobrevivência no mar".
Já o Instituto Biopesca atende as ocorrências entre as cidades de Praia Grande até Peruíbe. O órgão reforça as recomendações de manter distância e fazer silêncio, e também pede que não tire fotos usando flash e nem ofereça alimento aos animais.