Biblioteca Nacional digitaliza e publica na internet edições antigas de A Tribuna

Esse processo é mais um dos passos para registrar definitivamente os fatos mais importantes da Baixada Santista eternamente

Por: Da Redação  -  26/03/21  -  13:24
Microfilme: consulta a parte dos jornais já pode ser feita, na internet, de maneira fácil e rápida
Microfilme: consulta a parte dos jornais já pode ser feita, na internet, de maneira fácil e rápida   Foto: Júnior Batista/AT

A Tribuna ganhou um espaço a mais na história. O jornal entra para o rol dos periódicos que estão sendo armazenados e publicados na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, o espaço mais importante de preservação da memória. A BN é uma das 10 maiores do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Esse processo é mais um dos passos para registrar definitivamente os fatos mais importantes da Baixada Santista eternamente.
De fato em fato, constrói-se uma narrativa, que é interpretada pelos jornalistas, para fazer sentido. A memória do Jornalismo é, portanto, a memória da história das pessoas. E foi para lá, em fevereiro de 2020, ainda na pré pandemia, que acompanhamos o começo desse processo. Os microfilmes, como são chamados os arquivos em imagem do jornal, foram levados em caixas e caixas.


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No laboratório


O processo de arquivamento começa no Laboratório de Digitalização. O coordenador, Otavio Alexandre de Oliveira, ressalta a importância de ter mais um jornal dentro do universo com 11 milhões de arquivos, guardados na Biblioteca. “É a memória da cultura nacional. É a guardiã do material bibliográfico”. Chegando lá, os microfilmes passam pelo laboratório para se transformarem em arquivos de imagem no computador. Após isso, graças a uma parceria com uma empresa privada, são “lidos”.


“Ela pega as imagens, passa um software que transforma as imagens em textos (o OCR), e as converte. O programa analisa, identifica o texto e transforma aquilo em palavras e textos dentro da imagem. É uma revolução, se pensarmos até um tempo atrás”, diz. É que, até então, era preciso pesquisar, pelos microfilmes, nas edições. Era preciso muitos detalhes para fazer uma busca na BN. “Quando chegou a hemeroteca, foi uma revolução”.


Portal de periódicos


A Hemeroteca Digital surgiu em 2014. É um portal de periódicos nacionais que proporciona ampla consulta, pela internet, ao acervo de jornais, revistas, anuários, boletins etc – e de publicações seriadas. Em 2019, 2,6 milhões de imagens foram processadas. A Hemeroteca tem média de 33 milhões de acessos anuais. Mas em fevereiro de 2019, quando estivemos lá, houve milhões de acessos em 30 dias.


Além de A Tribuna, mais documentos são digitalizados no local. A capacidade mensal de produção de imagens é de cerca de 45 mil e dos microfilmes, 30 mil.


Arquivo


Tudo isso, hoje, é guardado em servidores de computador. A capacidade atual é superior a 600 terabytes. A produção de arquivamento hoje, segundo Oliveira, está em 4T. Até 2013, explica ele, esse processo de backup (cópia dos arquivos) era feito em HDs externos e DVDs. Há mais de 170 caixas de HDs com cópias. “Esse servidor é hermeticamente fechado, com todo tipo de segurança que você pode imaginar, incêndio e até um sistema à vácuo ultramoderno. Não há problema de sinistro ali”, conta.


Microfilmagem é ponto fundamental


Uma outra parte importante no processo de digitalização dos arquivos é a microfilmagem. É a cópia dos microfilmes de A Tribunapara que a Biblioteca Nacional tenha arquivos “originais” do original.


Vera Lúcia Garcia Menezes dos Anjos, coordenadora da microfilmagem, explica que o processo de produção de microfilmes começou em 1944. “O primeiro laboratório começou fazendo a microfilmagem, produzindo microfilme, mas ainda sem o intuito de preservação”, conta.


Ela conta, em 1978, foi criado um plano nacional de microfilmagem de periódicos brasileiros. Criado em parceria com a Fundação Casa de Rui Barbosa, o plano tem como objetivos identificar, localizar, organizar, recuperar e preservar, através da microfilmagem, o acervo hemerográfico brasileiro.


“Foi feito para tentar resgatar todos os periódicos que eram publicados no país e preservar. Como? Através da microfilmagem. Porque, até hoje, é o suporte que tem mais durabilidade”, explica.


Evitar a perda


O espaço liderado por Vera dâ ênfase aos jornais, que são impressos num tipo de papel que se desfaz. “Deixa o jornal três dias no sol e ele vai estar amarelado. Vamos preservar transferindo o suporte, para que a memória não seja perdida”, diz.


Essa microfilmagem feita desde 1978 é sistêmica e voltada à preservação, explica Vera. “Isso quer dizer que nós microfilmamos o jornal, mas microfilmamos todo o conteúdo, desde propaganda até os encartes de empresas, como farmácias etc. Se você joga fora, é jogada fora a memória”, conta ela, citando exemplos de propagandas com preços da época, que podem ser utilizados como dados no futuro.


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