Bebê espera vaga para cirurgia de coração em hospital de Santos
Valentina sofre de cardiopatia grave e precisa ser transferida a um hospital com capacidade de realizar o procedimento
Um bebê aguarda há mais de uma semana, em Santos, pelo agendamento de uma cirurgia cardíaca na rede pública de saúde. A pequena Valentina sofre de cardiopatia grave e precisa ser transferida a um hospital com capacidade de realizar o procedimento.
A Secretaria Estadual da Saúde informa que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços (Cross) busca uma vaga em um serviço de referência em cirurgia cardíaca infantil.
Valentina nasceu em 24 de novembro com 3,4 quilos e 46 centímetros. Segundo a mãe, Liliane das Virgens Batista, ela ficou dois dias no quarto e os médicos perceberam que havia algo de errado com a criança durante o período.
A suspeita inicial era de sopro. Após uma ultrassonografia, a equipe constatou a cardiopatia. A menina está internada na UTI Neonatal do Hospital Guilherme Álvaro (HGA).
“Os médicos do HGA e da Cross mantêm monitoramento contínuo de seu quadro de saúde”, diz a secretaria, em nota. Ela acrescenta que, em casos como o de Valentina, “transferências também exigem que o paciente apresente condições clínicas de ser transferido, com quadro estável e livre de infecções, por exemplo”.
Angústia
"Tiraram a minha filha do peito, porque ela não pode se cansar. Mas ela chora muito e se cansa de qualquer jeito. Agora, está cheia de aparelhos, na UTI neonatal, e eu não posso pegá-la”, explicou Liliane, que espera com outras quatro mães em um quarto do HGA.
Liliane mora no Jardim Rio Branco, na Área Continental de São Vicente, e tem outras duas filhas, de 8 e 10 anos, que estão em casa com parentes.
“Agora, sem a Ponte dos Barreiros (interditada pela Justiça por problemas estruturais), ficou ainda mais difícil voltar para casa. Tenho outras duas pequenas me esperando, mas não posso nem pensar em sair daqui e deixar a Valentina sozinha”, afirmou à Reportagem.
Não é inédito
Esse não é o primeiro caso de crianças com doenças cardíacas graves que aguardam dias por tratamento adequado na região.
Algumas morreram antes de o Estado providenciar estrutura de saúde adequada, mesmo com ordem judicial.