Baixada Santista terá 8,6 mil cirurgias feitas à noite e aos fins de semana para zerar fila do SUS

Objetivo atender procedimentos eletivos em até cinco meses

Por: Daniel Gois  -  02/07/22  -  20:23
Santa Casa de Santos fará parte do mutirão de cirurgias eletivas do Estado
Santa Casa de Santos fará parte do mutirão de cirurgias eletivas do Estado   Foto: Matheus Tagé/AT

Para zerar a fila de cirurgias eletivas (agendadas, não urgentes), o Governo Estadual planeja realizar procedimentos à noite e aos finais de semana nos hospitais. Na Baixada Santista, 8,6 mil pessoas devem ser submetidas a operações até dezembro. Assim diz o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, que esteve na Santa Casa de Santos nesta sexta-feira (1º).


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Segundo Gorinchteyn, a fila no Estado é de 538 mil pessoas. O objetivo é que o mutirão, iniciado nos hospitais estaduais em junho, zere a demanda neste ano.


"Precisamos fazer com que essas pessoas não tenham apenas uma expectativa, mas sim, a definição de quando será sua cirurgia, para que elas possam se tranquilizar e serem efetivamente atendidas. A partir de hoje (1º de julho), nós já estamos abrindo para todos os (hospitais) filantrópicos e privados. Precisamos estar juntos, coesos, para que esse programa seja um sucesso", disse o secretário para A Tribuna.


Entre os procedimentos a serem realizados, estão cirurgias de varizes, hérnias, cálculos renais, próstata, histerectomia (retirada do útero), laqueadura e procedimentos oftalmológicos. As cirurgias serão feitas em todos os hospitais do Estado: estaduais, privados, filantrópicos ou gerenciados por organizações sociais.


"Todas as cirurgias que estão na nossa central de regulação, a Cross, serão acolhidas neste programa de mutirão. As outras, que tiveram seu agendamento 'a posteriori' (depois), serão atendidas assim que os hospitais fizerem a sua chamada", explica Gorinchteyn.


Novos horários

A possível realização de cirurgias à noite e aos fins de semana foi discutida entre Jean Gorinchteyn e o provedor da Santa Casa de Santos, Ariovaldo Feliciano. Nesses períodos, conforme o secretário, "as 25 salas cirúrgicas da Santa Casa acabam ficando ociosas. É aí que, em paralelo, essas cirurgias passam a acontecer".


Haverá verba para isso, diz Gorinchteyn: o pagamento adicional para equipes de saúde quando fazem cirurgias eletivas (com data marcada).


"Quando falamos dessas cirurgias, todos já recebem uma verba adicional, um pagamento duas vezes maior que a tabela SUS, que foi algo conseguido frente a uma necessidade emergencial do acolhimento dessas pessoas. Passou a vigorar um aumento de 20% nos salários desses funcionários (da Saúde). É uma forma de respeitar aqueles que sempre respeitaram a ciência, a vida e que se expuseram em risco para acolher o próximo", afirma.


Secretário Jean Gorinchteyn esteve na Santa Casa de Santos para discutir o tema
Secretário Jean Gorinchteyn esteve na Santa Casa de Santos para discutir o tema   Foto: Matheus Tagé/AT

Vacinação

O secretário de Saúde reforçou a importância da vacinação contra a covid-19 e da busca de faltosos das segunda, terceira e quarta doses. Gorinchteyn cita o aumento recente nos casos da doença.


"Há duas semanas, tivemos um número de casos bastante importante. Não foi só no Brasil ou em São Paulo, mas também em todo o mundo. É uma condição em que as pessoas não estão vacinadas. Aqui (em São Paulo), tivemos um leve incremento de internações, mas sem expressão. Isso reforça que a vacina é a melhor forma de proteção", ressalta.


Em São Paulo, 94,7% da população acima de 5 anos já completou o esquema vacinal (duas doses ou dose única, no caso da Janssen). São quase 117 milhões de vacinas aplicadas no Estado, conforme dados do Vacinômetro.


Outra necessidade destacada por Gorinchteyn é a de se vacinar contra gripe (Influenza). Desde dia 22, a imunização está liberada para todas as pessoas acima de 6 meses de idade. Apesar disso, a cobertura dos grupos prioritários, como idosos, grávidas e crianças, continua abaixo da meta.


Outra imunização destacada por Gorinchteyn é a da gripe (Influenza), que teve a liberação para todas as faixas etárias acima de seis meses de idade no último dia 22. Apesar disso, os grupos prioritários, como idosos, grávidas e crianças, seguem abaixo do esperado. Atualmente, são 62,8%, 33,7% e 45,1%, respectivamente. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) é de 90% para os grupos prioritários.


"Com as baixas temperaturas, as pessoas se confinam e se aglomeram mais, favorecendo a circulação de vírus respiratórios, como o da gripe. Tivemos a oportunidade de abrir a vacinação para todas as faixas etárias, dando essa possibilidade de proteção maior. Temos tido uma presença maior das pessoas. Elas entendem a necessidade de se vacinar, tanto para gripe quanto para covid. Entendemos que é necessário vacinar mais", considera.


Logo A Tribuna