Baixada Santista tem queda nos casos de dengue e chikungunya, mas especialistas reforçam cuidado

Redução foi acima de 95% no primeiro semestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Por: Daniel Gois  -  11/07/22  -  07:17
Atualizado em 13/07/22 - 11:29
Especialistas reforçam prevenção e cuidados contra o Aedes aegypti
Especialistas reforçam prevenção e cuidados contra o Aedes aegypti   Foto: Reprodução

Os casos de dengue e chikungunya tiveram queda acima de 95% na Baixada Santista no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021, que ficou marcado por um surto das duas enfermidades. Em 2022, até o momento, também não há mortes provocadas pelas doenças, que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.


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Dados obtidos por A Tribuna junto às prefeituras da região apontam para um total de 515 casos de dengue e 147 de chikungunya no primeiro semestre deste ano. Em 2021, foram 14.728 e 14.152 notificações das doenças, respectivamente. As quedas são de 96% e 98%.


Neste ano, Santos tem o maior número de casos confirmados, sendo 109 de dengue e 91 de chikungunya. No mesmo período do ano anterior, foram 4.285 e 7.177 notificações. São Vicente aparece na sequência, com 109 casos somados em 2022, sendo 83 de dengue e 26 de chikungunya.


Em relação às mortes, Santos teve quatro óbitos por dengue e outros quatro por chikungunya no ano de 2021. No mesmo ano, a dengue também provocou a morte de três pessoas em Praia Grande e uma em Guarujá.


Prevenção

A coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos, Carolina Ozawa, destaca a importância de se realizar a prevenção contra o mosquito Aedes aegypti com antecedência.


Ela ressalta que, em 2020, por conta da pandemia de covid-19, não foi possível fazer um controle adequado, entrando nas residências e eliminando os focos do mosquito, o que acabou refletindo no surto de casos no primeiro semestre de 2021.


"Em 2021, voltamos a fazer todas as atividades, podendo adentrar nos imóveis. Voltamos a fazer os mutirões e tivemos os resultados. A gente precisa fazer a prevenção todos os dias, o ano inteiro. Não é só no verão. O mosquito cria-se todos os dias", alerta.


Conscientização

O infectologista Ricardo Hayden reforça a importância da população se conscientizar sobre não deixar água parada para que os casos possam diminuir ainda mais.


"É importante a conscientização de cada indivíduo com respeito ao seu domicílio. O próprio morador tem que se conscientizar, porque não é um trabalho fácil. Toda vez que se tem um mutirão para retirada de lixo, você encontra toneladas. São coisas que propiciam a proliferação do mosquito. É muito comum casas com piscinas abandonadas e descobertas", comenta.


O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissmann, destaca que tanto a dengue como a chikungunya têm um comportamento cíclico, com chance de alta de casos se houver tempo quente.


"As doenças têm um comportamento cíclico, com períodos de epidemias. Não se pode descartar uma elevação na incidência, especialmente nos meses considerados mais quentes e úmidos, que favorecem o aumento no número de criadouros, entre outubro e maio", afirma.


Já a médica Elisabeth Dotti ressalta a importância da prevenção para não ocorrer novos surtos.


"Sempre é possível a gente ter um novo surto de dengue e chikungunya. Se tiver prevenção de uma forma correta, cada um olhando sua casa e os agentes indo de casa em casa, é o que garante a gente não ter surto", destaca.


O que fazer

Weissmann também cita ações que a população pode seguir para evitar a proliferação do mosquito, tais como:


- Encher de areia até a borda os pratos dos vasos de plantas;

- Não deixar água da chuva acumulada sobre a laje;

- Manter a caixa d’água fechada;

- Manter as calhas limpas;

- Jogar no lixo todo objeto que possa acumular água;

- Cobrir piscinas que não estiverem em uso, mantendo o cuidado de não deixar água e folhas acumuladas sobre a capa. Se estiver usando a piscina, tratar com cloro semanalmente.


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