Baixada Santista tem quase 15 mil casas em risco
Levantamento feito junto às prefeituras da Baixada revela número de moradias em áreas delicadas, sobretudo por conta de chuvas
Ao menos 14.774 moradias da Baixada Santista estão construídas em áreas de risco — motivo permanente de preocupação, sobretudo durante o verão, temporada tradicional de chuvas no Litoral Paulista.
O número integra levantamento feito por A Tribuna com as prefeituras da região. Das nove cidades, apenas Peruíbe não respondeu aos questionamentos da Reportagem. A maior quantidade de residências que enfrentam algum tipo de risco se concentra em Santos, onde há 10.832 moradias nessas condições, sobretudo nos morros, como revelou reportagem da última terça-feira (13) — o equivalente a 73,3% do total apurado na região.
Na sequência, em segundo lugar na quantidade de moradias em área de risco é Bertioga, onde há 1.716 moradias, concentradas em núcleos como Chácara Vista Linda, Vicente de Carvalho 2, Sítio São João e Caiubura. Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), foi constatado que o risco predominante é de enchentes, alagamentos e inundações.
Depois vem Guarujá, onde há 1.644 casas edificadas em locais considerados de risco. Em São Vicente, são contabilizadas 261 unidades — número considerado baixo, diante do fato de que o Município conta com 27 mil habitações irregulares, de acordo com a última versão do Plano Local de Habitação Social (PLHIS).
Em Cubatão, a Prefeitura diz existirem 241 residências nessas condições — sendo 141 no núcleo Mantiqueira, encravado na encosta da Serra da Mar junto à rodovia Cônego Domênico Rangoni, na divisa com Santos. O restante das residências foi erguido às margens do Rio Pilões, onde há o risco de transbordamento.
Os municípios com pequenos números são Praia Grande, onde há 70 moradias em área de risco, seguido por Mongaguá, com 10. Em Itanhaém, a Prefeitura afirma não existirem imóveis em áreas que sejam de risco.
Enfrentamento
Cada cidade tem a sua maneira de enfrentar a questão das moradias em área de risco. Em Santos, por exemplo, sabe-se da necessidade de remoção de, ao menos, 912 imóveis em áreas de maior risco. Segundo o coordenador da Defesa Civil no município, o coronel Daniel Onias, uma parte da demanda (326 unidades) pode ser removida para o conjunto Santos R, na Nova Cintra.
Segundo a Prefeitura de Bertioga, há projetos habitacionais já implantados no bairro Vicente de Carvalho 2 e projetos que serão iniciados futuramente nas proximidades do bairro Chácara Vista Linda, sem previsão fornecida pela Administração Municipal.
Em Guarujá, a Secretaria de Habitação informa que 123 famílias em área de risco, que recebiam auxílio aluguel, foram contemplados com apartamentos do Projeto Habitacional Enseada, entregue em maio. O projeto deve contemplar outras 250.
Em Praia Grande, foram identificadas duas áreas consideradas de risco, em regiões próximas a morros. Um destes locais fica no Canto do Forte e outro na Cidade da Criança. Segundo a Prefeitura, monitoramento visa, inclusive, evitar que novas moradias sejam construídas nos locais.
Segundo a Prefeitura de São Vicente, a Defesa Civil faz a análise dos locais e recomendada soluções. Para isso, já foram realizadas dez obras de contenção e drenagem nas encostas dos morros. Há também solicitações de estudos com o Governo do Estado, aguardando liberação da verba (atualização do Plano Municipal de Redução de Risco para áreas sujeitas à escorregamentos; Plano Municipal de redução de Riscos para áreas sujeitas a enchentes, alagamentos e inundações; Mapeamento de Riscos múltiplos do Município).