Baixada Santista tem 80% dos leitos de UTI ocupados por causa do coronavírus

Segundo o presidente do Condesb, Paulo Alexandre Barbosa, algumas cidades nem têm mais leitos. Por isso, não haverá flexibilização nas medidas de segurança até 10 de maio

Por: Nathália de Alcantara  -  30/04/20  -  10:52
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Baixada Santista é de 80%. Em algumas cidades, já nem há mais leitos disponíveis. Por isso, não haverá flexibilização nas medidas de segurança adotadas na região pelo menos até 10 de maio, conforme determinação do Governo do Estado.


O assunto foi decidido em reunião do Comitê Metropolitano de Contingenciamento do Coronavírus na Baixada Santista, na quarta-feira (29), com os nove prefeitos.


Segundo o presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) e prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), será pedido ao estado e ao Governo Federal que sejam ampliados os investimentos na região.


A ideia é, principalmente, aumentar a quantidade de respiradores para atender à demanda. 


“O estado está comprando 3 mil respiradores e pediremos uma destinação. Queremos que a região receba 137 equipamentos para os leitos já existentes. Assim, eles serão transformados em leitos de UTI. Precisamos aumentar essa capacidade oferecida. Cidades como Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe não têm mais leitos disponíveis”.


Paulo Alexandre explica que haverá um monitoramento constante dessa taxa ocupacional de leitos de UTI e, de acordo com isso, será analisada a necessidade de outras medidas para atender a população.


“Diante desse número da taxa de ocupação de leitos, não podemos permitir flexibilização no comércio, por exemplo. Precisamos evitar uma pressão ainda maior no sistema de saúde da Baixada Santista. Ele já está pressionado o suficiente”.


O presidente do Condesb diz, ainda, que pedirá ao estado para que assuma um hospital a fim de torná-lo um Centro de Referência Regional de Combate à Covid-19.


“Santos tem o Hospital Vitória, Cubatão, Praia Grande e Itanhaém com o próprio Hospital Regional têm equipamentos prontos e que podem ser assumidos pelo estado para atendimento regional. Eles podem funcionar como hospitais de campanha”, explica Paulo Alexandre.


Feriado


Outra preocupação é a chegada do feriado prolongado do Dia do Trabalho, celebrado nesta sexta-feira (1º).


“Pediremos ajuda da Polícia Militar para restringir o acesso de pessoas, para que, assim, as medidas determinadas possam ser respeitadas. As pessoas devem continuar em casa”.


Ao mesmo tempo, também já começaram os primeiros passos da pesquisa do avanço do coronavírus na região. Os resultados dessa fase deverão ser divulgados na próxima semana, acredita o prefeito de Santos.


“Os dados são muito importantes neste momento, pois vão direcionar os rumos da flexibilização do isolamento social e as diretrizes para o sistema de saúde. Teremos uma visão da situação na região como um todo”, explica Paulo Alexandre.


A pesquisa terá quatro etapas e, em dois meses, 10 mil pessoas farão os testes rápidos na Baixada Santista. O resultado do exame sai na hora.


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