Baixada Santista perde R$ 300 milhões em investimentos com cancelamento de cruzeiros
Milhares de empregos serão afetados com a ausência da temporada 2020/21
O cancelamento da temporada de cruzeiros em Santos fará com que mais de R$ 300 milhões deixem de ser injetados na economia da região. A estimativa é do Terminal Marítimo de Passageiros Concais, em Santos, que a cada temporada de cruzeiros costuma empregar 400 pessoas na região.
Desde julho, a empresa MSC entregou protocolos sanitários de como a temporada seria realizada, mas a falta de resposta por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez com que a empresa cancelasse a temporada, que estava prevista para começar em 15 de novembro.
Sem uma decisão, o prazo de início seria adiado para 16 de janeiro, segundo a diretora de operações do Terminal Concais, Sueli Martinez, o que inviabilizaria o andamento da temporada.
“A MSC lutou bravamente, adaptamos a todos os procedimentos sanitários, mas não deu certo. Todo os seguimentos, hotéis, aeroportos, tudo funcionando, e o seguimento de cruzeiros marítimos não. Isso vai gerar uma perda muito grande na economia”, lamenta Martinez.
Outras duas empresas que também operam cruzeiros já haviam desistido da temporada na região. Assim, segundo Martinez, o Terminal Concais ficará sem operar por 18 meses, já que paralisou as atividades em março, quando foi decretada a quarententa em função da pandemia de Covid-19. Ela afirma que todas as empresas que trabalham no seguimento costumam gerar, juntas, 3 mil empregos a cada temporada de cruzeiros.
“É uma gama de serviços. Em um navio operando, temos mais ou menos 30 empresas trabalhando. É um número que vai ser muito sentido. Só para operação de navio, contratamos 400 pessoas. Todos vão sentir esse baque. O seguimento vai deixar de oferecer pra cidade. São muitos meses sem nenhuma atividade no terminal”, afirma.
Resposta
Em nota, a Anvisa declarou que não há uma decisão referente a retomada dos navios de cruzeiros, e que a mesma depende do Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional – GEI.
A Agência ressalta que participa do GEI fornecendo subsídios necessários para a tomada de decisão, e que não é possível falar em protocolos para navios de cruzeiros até o presente momento, já que a atividade não foi autorizada pelo GEI no Brasil.