Baixada Santista amplia venda de imóveis em 11%
Levantamento de cartórios de registro e Fipe aponta 1,2 mil operações em outubro; Secovi diz que setor sofreu menos na pandemia
A Baixada Santista e Vale do Ribeira apresentaram aumento de 11,8% nas vendas de imóveis em outubro, em comparação com setembro, segundo dados dos cartórios de registro de imóveis levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Ao todo, foram 1.222 operações de compra e venda. Esse número, segundo a Fipe, inclui ainda permutas, cessão de direitos e arrematação em hasta pública (leilões).
As vendas cresceram 20% em outubro, frente ao mesmo mês de 2019. Isso mostra, segundo o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Carlos Meschini, que o mercado está aquecido. “O setor imobiliário sofreu pouco na pandemia”, afirma.
Meschini ressalta, porém, que é preciso ter cautela para analisar esse crescimento. De acordo com ele, houve uma mudança de comportamento que a pandemia trouxe, como cessões de direito ainda em vida e partilhas.
Os números do terceiro trimestre no Litoral reforçam essa tendência. Houve crescimento de 101,9% no número de transferências totais em relação ao segundo trimestre, quando tudo estava fechado. No mesmo período, as vendas aumentaram 84,1%. “Esse movimento aconteceu em todo o Estado. O mercado esquentou porque os compradores ficaram mais em casa e valorizaram seus lares, mas é preciso ressaltar que essa cautela com documentações e burocracias envolvendo heranças, por exemplo, também foi notada como mudança de cultura”, explica Meschini.
A diretora de relações institucionais do Registro de Imóveis do Brasil, Patrícia Ferraz, reforça que o Litoral teve o melhor desempenho do Estado neste terceiro trimestre também se comparados os dados com o mesmo período do ano passado.
As transferências gerais subiram 28% e as operações de compra e venda tiveram aumento de 23% frente o mesmo período do ano passado. Porém, esses números ainda são insuficientes para recuperar as perdas que o Litoral teve entre os anos de 2015 e o ano passado.
No período, a região teve o pior desempenho do Estado em quantidade de transferências, compras e vendas. Ainda assim, é possível comemorar o saldo positivo neste fim de ano, que ainda pode subir mais. “Esse deficit em relação a outras localidades ao longo dos anos e uma mudança de comportamento podem explicar esse crescimento, já que as pessoas passaram a trabalhar em home office e buscam um padrão de vida mais adequado à nova realidade, algo que o Litoral oferece melhor que outras regiões do Estado”, conclui.