Bairros de Santos e São Vicente registram alagamentos por conta de maré alta
Trechos da Zona Noroeste, Cidade Náutica e Catiapoã ficaram alagados nesta terça (27)
As cidades de Santos e São Vicente voltaram a ter pontos de alagamento, na tarde desta terça-feira (27), por conta da alta da maré.
A reportagem de A Tribuna registrou alagamentos na Zona Noroeste de Santos, no bairro Santa Maria, e também nos bairros vicentinos do Catiapoã e Cidade Náutica, trazendo consequências para condutores de veículos, ciclistas e pedestres que trafegavam pelos trechos.
Em São Vicente, um canal transbordou no Jardim Paraíso. Os municípios também encaram o aumento das chuvas desde segunda (26).
Em nota, a prefeitura de São Vicente informou que pontos de alagamento se formaram em razão da alta da maré ao longo da Avenida Manoel de Abreu, nos trechos com a Rodovia dos Imigrantes, com Praça Nossa Senhora Aparecida e com Rua Equador.
Foram identificados alagamentos também nos seguintes locais: ao longo da Avenida Augusto Severo (Linha Azul) com Rua Machado de Assis até a Avenida Capitão Luiz Horneaux (Linha Azul), e no trecho com a Rua Estância. - Rua Marechal Mascarenhas de Moraes (entre a Praça 29 de Junho e Rua Montese); na Avenida das Nações Unidas (entre Rua Polydoro de Oliveira Bittencourt e Viaduto Mário Covas); e na Avenida Capitão Mor Aguiar com Rua Frei Gaspar. - No Jardim Rio Branco, Área Continental.
A Defesa Civil destacou que o índice acumulado de chuvas das últimas 72 horas é de 14,6 mm. O boletim é referente ao volume registrado até às 9h desta terça-feira. O nível vigente é de observação. Não há registros de ocorrências. O telefone da Defesa Civil é (13) 3467-7708 e pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Nos demais dias e horários, o telefone para contato é o 153.
Santos alerta para nova subida na madrugada de quarta
A Defesa Civil de Santos informou que haverá maré alta na madrugada desta quarta-feira (28): 1,67m, às 03h30, na Ponta da Praticagem (Ponta da Praia/Orla); e 1,82m, às 04h, na Ilha Barnabé (Estuário). Nesta terça-feira, a maré atingiu 1,83m, às 14h40, na Ponta da Praticagem (Ponta da Praia/Orla); e 2,04m, às 15h10, na Ilha Barnabé (Estuário). De acordo com o órgão, o índice pluviométrico das últimas 72h é de 15,8mm. Morros em observação e não houve registro de ocorrências.
Sobre alagamentos, o Município explicou trechos da Zona Noroeste alagam porque a maior parte desta região se encontra abaixo do nível das marés mais altas. Isso faz com que em dias quando a maré sobe mais que 1,70 metro, haja alagamentos temporários até a maré baixar, independentemente se está chovendo ou não.
O segundo motivo dos alagamentos, de acordo com a administração municipal, é o sistema de drenagem dessa região, que sofreu obstruções por descarte irregular de lixo, desgaste pelo tempo, tubulações com dimensões inadequadas à situação atual dos bairros.
A prefeitura ressaltou que executa um conjunto de ações, por meio do Programa Santos Novos Tempos e do Programa Nova Entrada de Santos, que já garantiu a substituição das tubulações por estruturas maiores, desobstrução e limpeza regular do sistema.
Na região citada, a Prefeitura executará obras para minimizar os impactos da maré e chuva. O Município obteve dois contratos de repasse junto ao Fundo de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (FEHIDRO) para obras de implantação de comportas motorizadas automáticas, a serem construídas na foz dos canais das avenidas Jovino de Mello e Roberto Molina Cintra. Os serviços de sondagem para confirmar a profundidade das estacas metálicas já foram contratados e as licitações serão abertas. O prazo das obras será de 12 meses após a contratação.
As comportas estão projetadas para fechar em caso de marés mais altas, evitando alagamentos nessa situação, que atualmente ocorrem nos trechos de rua com nível inferior a 1,30m. Os projetos preveem proteger a área mesmo em caso de elevação do nível dos mares de mais 1 (um) metro, em função de mudanças climáticas.
Um canal artificial de concreto, cestos, grades anteriores e posteriores, monovias com tralhas manuais, tudo em aço inox 316L (aço cirúrgico) vão complementar as comportas, para garantir funcionamento livre dos resíduos jogados no curso d’água indevidamente, mesmo todos os bairros contando com coleta de lixo diária.
As duas comportas compõem sistema completo com 13 estações de bombeamento de 14 conjuntos de comportas, galerias e canais que complementam a infraestrutura implementada pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) nos anos 1956 a 1959, que permitiram o aterro de mangues e loteamento dos bairros, que se distribuíram em nível abaixo do das marés.
Além de várias obras de drenagem e macrodrenagem, a administração municipal destacou, ainda, que desde o começo do ano passado, as equipes da Secretaria de Serviços Públicos já retiraram mais de 2,5 mil toneladas de sedimentos, como lama e areia, do sistema de drenagem de todo o Município.
