A figura do assessor de investimentos e os profissionais de tecnologia da informação serão os mais requisitados pelos bancos com a plena digitalização de serviços e mudança no modelo de negócio dos bancos, segundo o economista Fábio Louzada.
Ele explica que a falta de concorrência comercial por conta da concentração bancária de correntistas deixava os bancos confortáveis, o que mudou com a popularização das corretoras de investimentos, os bancos digitais e os influenciadores e youtubers que disseminam conteúdo sobre finanças pessoais.
“O cliente não tinha muito acesso à informação, acreditava no que o gerente falava. Hoje, esse mesmo gerente teve que se adaptar, porque o consumidor está mais informado”, diz Louzada.
Segundo ele, agora os “bancões” estão correndo atrás do tempo, buscando mais profissionais qualificados nessas duas áreas: segurança da informação de dados dos clientes e mentoria de investimentos personalizada.
“É algo em que as corretoras se especializaram e os bancários estão buscando mais formação. Mas não é um movimento fácil, nem rápido”, diz. De acordo com ele, o profissional ideal é aquele que sabe lidar com aplicações e que tem conhecimento técnico e capacidade de dialogar com o cliente. “A máquina não vai suprir todo o trabalho”, comenta.
“Um investidor pode preencher um perfil de investimento e ter uma qualificação de arrojado, quando na verdade ele é conservador. Isso só esse assessor vai descobrir, ao conversar com esse correntista”, afirma Fábio Louzada.
O economista explica que quem mantém os recursos do cliente sai muito na frente. Por isso, os bancos, que concentram as contas, estão correndo para que o cliente não vá para as corretoras. “Se ele perde esse vínculo, ele perde automaticamente o cliente”.
