Aproveitamento real no mundo virtual: Ensino on-line mostra eficácia

Educação aguarda retorno das aulas presenciais para fevereiro, embora ensino on-line tenha mostrado bastante eficácia

Por: Da Redação  -  27/12/20  -  23:35
Grupo de estudos sobre direitos das mulheres tem inscrições gratuitas
Grupo de estudos sobre direitos das mulheres tem inscrições gratuitas   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Acordar cedo, tomar o café da manhã, colocar o uniforme e seguir para a escola. Exercer alguma atividade pela manhã, almoçar e ir para a escola à tarde. Trabalhar durante o dia e seguir para a faculdade à noite. Era assim até o início de 2020. Deixou de ser assim quando a pandemia forçou a suspensão das aulas presenciais e o fechamento de escolas e universidades. Cadeiras, sofás e até camas entraram no lugar das carteiras escolares. Os professores não estavam mais na frente da lousa, mas sim da câmera. E a sala com 30 alunos tornou-se uma tela com 30 janelas abertas.


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Aulas virtuais simbolizaram o impacto provocado pela pandemia na educação. Aplicativos serviram para a transmissão das video-aulas e das tarefas e avaliações. Medidas que não deixaram de ser adotadas quando as aulas presenciais foram retomadas, em outubro e que, pelo jeito, irão prosseguir em 2021, mesmo com a perspectiva da imunização da população.


“As aulas presenciais com certeza voltarão em fevereiro, mas será uma volta proporcional. Deveremos trabalhar co no máximo 50% dos alunos. Então deveremos continuar a ter aulas híbridas até julho no mínimo. As coisas só voltarão ao normal depois da vacina, que inicialmente não irá contemplar crianças com menos de cinco anos de idade”, diz o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp), Benjamin Ribeiro da Silva.


O que não significa perda de qualidade, pelo contrário. De acordo com o dirigente, houve escolas que se superaram e foram muito bem. “O problema está nas crianças com até oito anos de idade, que acabam tendo muita dificuldade com a tecnologia. De oito anos pra cima foi tranquilo, a dificuldade foram com os menores , que além da dificuldade de interagir com a tecnologia perderam um dos principais ligados que a Escola oferece que é o relacionamento pessoal e afetivo”.


Nas escolas os planos já estão definidos. E são claros. “As aulas remotas continuarão. Vamos atender tanto no presencial como no remoto, seguindo os protocolos do governo do Estado. A retomada de conteúdos está prevista no planejamento, consolidando a base para os novos conteúdos de 2021”, diz a diretora pedagógica do Fundamental II do Colégio Objetivo, Maria Dolores Alvarez. 


“Apesar de um ano bem complicado foi de muito aprendizado de vida e importância do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades. Realizamos as reuniões com os pais com temas atuais pelo zoom e atendimentos individualizados pedagógicos”, complementa.


Governo


Para o coordenador de cursinhos do Objetivo, Lúcio Ribeiro, tudo dependerá das determinações do Governo do Estado. “Se o Governo determinar que as aulas remotas não valem mais, voltaremos com as presenciais para todos os alunos”.


Estudantes esperam hora certa para volta ao “normal”


Receber as aulas no ambiente do lar ou rever colegas e professores no contexto escolar. Entre os estudantes Não há uma unanimidade, mas sim uma leve tendência para o retorno às aulas presenciais. Embora o aproveitamento com o ensinamento virtual tenha sido considerado bom, muitos (principalmente os mais novos) sentem falta do convívio com os colegas. Por isso, 2021 é o ano em que eles esperam estar de volta ao normal, nem que seja dentro do novo normal.


É caso de Isabelly Cristine Garcia Gomes, de 11 anos. As aulas on-line acontecem desde 23 de março, ou seja, há quase um ano ela não tem contato físico com professores e colegas. A mãe, a funcionária pública Ana Paula Garcia dos Santos Gomes, sabe que é fundamental a aplicação de uma vacina que afaste o perigo chamado Covid-19, mas entende a angústia da filha. “Ela sente falta da convivência de um modo geral. A troca de experiência ajuda bastante no desenvolvimento e na formação de opinião”.


Mariana Spadacio Pinheiro, de 14 anos, também quer voltar às aulas presenciais. Aluna do 8º ano, ela manteve uma boa regularidade nas aulas remotas, mas sente que falta “algo a mais”. “Gosto muito da escola, e do convívio dos amigos, e o aprendizado é melhor”.


Preocupação


Do outro lado está o pai de Mariana, o empresário Carlos Alberto Favaro Pinheiro, que teme a presença da filha na escola em um momento de incertezas. “Ainda não sabemos a fundo sobre essa doença, e existe o receio do contagio e da transmissão para os familiares. Em casa o adolescente tem muita mais dificuldade de se concentrar, de ter uma rotina de estudos, e a ausência dos amigos deixa-os deprimidos”.


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