Acidente com 10 mortos em Campos do Jordão: perícia não aponta causa

Ônibus de turismo retornava à Baixada Santista quando tragédia aconteceu

Por: Da Redação  -  28/09/19  -  16:43
Ônibus da Brasil Santana Turismo envolvido no acidente de 9 de junho deste ano não tinha seguro
Ônibus da Brasil Santana Turismo envolvido no acidente de 9 de junho deste ano não tinha seguro   Foto: Douglas Fagundes/Futura Press/Estadão Conteúdo

O resultado da perícia feita no ônibus de turismo onde estavam dez pessoas que morreram num acidente em Campos do Jordão (SP), em 9 de junho, não aponta se houve falha humana ou mecânica que pudesse ter causado a tragédia. Para a Polícia Civil, o laudo, divulgado nesta sexta-feira (27), é inconclusivo e será necessário pedir mais explicações. 


A perícia atribuiu o problema nos freios a um conjunto de fatores: declividade e sinuosidade da pista, superaquecimento dos conjuntos rodantes e o peso do veículo. Segundo o laudo, houve uso intenso da frenagem, porque sucessivas reduções de velocidades foram apontadas no tacógrafo (dispositivo que monitora a velocidade). 


O coletivo teria perdido o freio, batido e arrastado cinco carros e uma moto e depois capotado. Além dos mortos (quatro de Cubatão, quatro de São Vicente e dois de Barueri), mais de 40 pessoas ficaram feridas. O acidente ocorreu na Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro. O ônibus de excursão retornava à Baixada Santista. 


Para o delegado responsável pela área do acidente, José Antonio Gonçalves, a perícia trouxe dúvidas. “Vai demandar questionamentos aos peritos para se fazer um juízo de valor. O que ocasionou o superaquecimento? Não vi nada sobre peças ruins. Precisa descrever de maneira mais minuciosa”, considera. 


O inquérito policial ainda não tem data para ser concluído. Segundo o delegado, nem todas as vítimas foram ouvidas e há outras provas a juntar, não somente o laudo pericial. 


Advogado da Brasil Santana Transportes, responsável pelo ônibus, Marcelo Cruz afirma que o laudo está de acordo com o que a defesa acreditava: que o ônibus não teve falha mecânica porque havia sido avaliado pouco antes do acidente.


“Talvez pelas condições da estrada e pelo declive, algo pode ter gerado comprometimento para o lamentável acidente. Estivemos no local, com engenheiros, e verificamos a má condição da estrada, em sinalização, luminosidade e no escoamento de águas da pista”, afirma. 


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