Referência industrial, Cubatão investe no turismo ecológico e no bem-estar da população

Prefeito Ademário Oliveira destaca potencial turístico e políticas para gerar nas pessoas “sentimento de pertencimento"

Por: Régis Querino  -  09/04/22  -  07:46
Atualizado em 09/04/22 - 14:32
Ademário Oliveira:
Ademário Oliveira:   Foto: Carlos Nogueira/AT

Cubatão completa, neste sábado (9), 73 anos de emancipação político-administrativa com vários desafios pela frente. Dona de um dos polos industriais mais importantes do Estado, a Cidade tem em seu patrimônio natural, outra forma para se consolidar como referência na Baixada Santista explorando o turismo ecológico.


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Para o prefeito Ademário Oliveira (PSDB), que cumpre o seu segundo mandato no comando da Cidade, as conquistas na área da Saúde foram algumas das mais importantes para a população.


Reconhecendo que há muito ainda a avançar, ele destacou como prioridades os investimentos em educação e infraestrutura nos bairros mais carentes, promovendo nas pessoas “o sentimento de pertencimento, de ser parte integrante da cidade”.


Quais são os principais desafios de Cubatão nesses 73 anos de história do Município?


Ademário Oliveira - O principal desafio é estancar as desigualdades sociais, ocasionadas pelo crescimento desordenado, onde as riquezas do polo industrial, infelizmente, não se traduziram em bem-estar social. O crescimento do polo nos trouxe gente do Brasil inteiro, pessoas que ainda não conseguiram ter esse sentimento de pertencimento, de ser parte integrante da cidade. Na década de 1980, éramos área de segurança nacional, por termos uma refinaria e uma siderúrgica. A questão de ter prefeitos nomeados nos trouxe alguns danos, porque o prefeito nomeado, obviamente, não tem compromisso efetivo com o voto, não governou ouvindo o anseio das pessoas. Nós tivemos grandes transtornos com as desapropriações a custos elevados, trazendo um grande estoque de precatórios. Tivemos déficits previdenciários, pessoas que ingressaram na vida pública sem concurso público. Então, nesses 73 anos, temos muito o que consertar, porque o que se fez de errado décadas atrás, hoje pagamos o preço. As pessoas precisam ter todos os equipamentos públicos, rede de esgoto, saneamento básico, infraestrutura, escolas. Esses são os desafios que nós temos que enfrentar.


Cubatão tem um dos polos industriais mais importantes do Estado e fica numa região ecologicamente rica. Como manter o equilíbrio entre o polo que gera milhares de empregos com a preservação da natureza, fundamental para a qualidade de vida da população?


De 1985 a 1990, Cubatão foi reconhecida como uma das cidades mais poluídas do mundo. Esse processo de recuperação ambiental se deu ao longo dos anos e hoje Cubatão é referência em recuperação ambiental para o mundo, inclusive reconhecida pela ONU. A cidade ainda é muito dependente do ICMS, ISS, os royalties, têm uma dependência econômica efetiva do polo industrial. O setor industrial é o que mais decresce no país e Cubatão é a primeira cidade a ser afetada tributariamente. Tem que se pensar numa nova matriz econômica, por isso estamos investindo. No nosso governo, a cidade foi reconhecida como município de interesse turístico, que é um passo significativo. Para você ter acesso a verbas do Dadetur (Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo), tem que ser classificado como estância, que não é o caso de Cubatão. Mas nós já somos da zona intermediária, temos um potencial imenso. A nova gestão do governo de São Paulo deu a Serra do Mar pra iniciativa privada, a Estrada Velha. O portal, que era só por São Bernardo pra ter acesso, e ficava difícil pagar pedágio, estacionamento, hoje temos acesso pelo portal de Cubatão, entrando de 300 a 400 pessoas por final de semana. Esse processo de mudança de matriz econômica, inserindo Cubatão na rota de cidade turística, é a médio e a longo prazo


Quais os projetos que estão em andamento que o senhor apontaria como os mais importantes para o futuro da Cidade?


O Poupa Tempo e o Ame, Ambulatório Médico de Especialidades, que contribui muito com o município para alavancar a baixa e média complexidade. Cubatão avançou muito graças a sensibilidade do governador Rodrigo Garcia. Temos também a urbanização das duas maiores comunidades, a Vila dos Pescadores e a Vila Esperança que, somadas, giram em torno de 50 mil pessoas. Integralizar a cidade, levar qualidade de vida para as pessoas e fazer com que elas contribuam com o conceito de cidade sustentável. Não podemos deixar que as pessoas vivam às margens do conceito da cidade, isso não contribui para a cidade avançar.


Quais foram as maiores conquistas de suas gestões para a população de Cubatão?


Dentre tantas, eu destacaria os dois hospitais. Quando nós assumimos, não nascia nenhuma criança em Cubatão. O Hospital Modelo, a sua reabertura, foi uma conquista espetacular. Quando assumimos, as pessoas eram transportadas em carros velhos para fazer hemodiálise em toda a Baixada Santista e na Capital. Hoje nós temos o centro de hemodiálise, com 23 cadeiras modernas importadas. Temos tratamento oncológico, onde dos 137 atendidos, 93 são de toda a região. Isso me enche de orgulho, porque nesse momento que estamos atravessando, caminhando para o pós-pandêmico, muitos perderam os seus convênios e é natural que hoje 85% das pessoas utilizem a rede SUS. Investir em saúde foi o nosso maior legado. Aqueles que mais precisam têm acesso à nossa rede de urgência e emergência, o Pronto Socorro infantil, Pronto Socorro Central e UPA. Orgulho também de trazer a faculdade de medicina, que tem contribuído muito na atenção básica. O Bom Prato é outro equipamento de importância potencializada na pandemia. As pessoas perderam poder aquisitivo e almoçar com R$ 1,00, com comida de qualidade, e café da manhã a R$ 0,50, esses legados priorizando a vida e o bem-estar social são os maiores da nossa gestão.


Existe alguma meta de sua gestão que não foi possível implementar e que o senhor pretende executar até o final de seu mandato?


O que ainda não conseguimos e que com certeza serão entregues até o final do mandato são as novas escolas. Nós estamos trabalhando, angariando recursos para construirmos três novas escolas, duas na Vila Esperança e uma na Vila dos Pescadores. Para que a gente não transporte as nossas crianças para outros bairros e elas consigam estudar do lado de suas casas, como preconizam os conceitos da educação.


Que recado o senhor mandaria à população de Cubatão na comemoração dos 73 anos do município?


Eu deixaria um recado de otimismo. Eu sei que a vida está mais difícil, momento de pandemia, temos que acordar mais cedo, dormir mais tarde, a renda per capta diminuiu, as dificuldades são grandes. Mas sou grato a Deus porque, mediante todas as adversidades, ninguém nessa pandemia perdeu suas vidas em Cubatão por falta de respirador, leito de UTI, leito de enfermagem e oxigênio. Trabalhamos intensamente, mesmo não percorrendo o caminho mais fácil, que é o caminho do populismo, de falar o que as pessoas querem ouvir. Avançamos muito, temos muito o que fazer, mas a mensagem que eu deixaria é de gratidão a Deus pela vida e pela vacina, por essa retomada, para que a gente possa trabalhar com muita intensidade e melhorar mais ainda a vida das pessoas.


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