Moradora da Baixada Santista procura pela mãe há 36 anos: 'Convivo com esse fantasma da espera'
Cozinheira Elizabeth Tozatti foi deixada por sua genitora quando tinha apenas 4 anos
Atualizado em 22/04/22 - 11:05
A cozinheira Elizabeth Tozatti procura pela mãe Ivanda Aparecida Tozatti há mais de 36 anos. Em conversa com A Tribuna, a moradora de Cubatão conta que foi deixada por sua genitora quando tinha apenas 4 anos e não teve mais notícias. A história da cozinheira comoveu a internet nos últimos dias, após Elizabeth compartilhá-la no Facebook, e a busca por respostas aumentou e encheu de esperança o seu coração.
“Esta é a mulher que me gerou (mãe biológica). Só tenho esta foto dela. Ela foi embora quando eu tinha 4 anos e nunca mais voltou. Não sei os motivos, não conheço a história toda porque nunca foi me falado com clareza sobre o assunto. E nessa altura da vida, já não interessa mais saber os motivos que a fizeram ir ou os que a fizeram não voltar! Só gostaria muito de saber algo sobre ela. Se está viva, morta, bem... alguma notícia, qualquer notícia. Convivo com esse fantasma da espera há 36 anos (por achar que era ela que tinha que vir me procurar)”, escreveu Elizabeth na postagem que fez no último dia 14.
Mais de 29 mil pessoas curtiram e houve 48 mil compartilhamentos, até o fechamento desta Reportagem. A cozinheira morava em Ivaiporã, no noroeste do Estado, a pouco mais de 350km da capital, Curitiba.
“Ela saiu de casa e nunca mais voltou. Cresci na mesma cidade e vim para Cubatão em 2006”, conta ela.
Na postagem, ela conta o que sabe. “Hoje resolvi dar o primeiro passo. Talvez nunca a encontre, talvez ela não queira ser encontrada. Mas, pode ser que ela também esteja vivendo essa espera, por isso quero deixar registrado e, se algum dia ela souber ou ver essa postagem, saberá que eu a procurei, eu quis encontra-lá”, escreveu.
De acordo com Elizabeth, a última informação que ela tem é que Ivanda foi para Curitiba em 1985 e depois para a cidade de Marechal Cândido Rondon, no extremo oeste do Estado e quase na divisa com o Paraguai.
Restaram apenas duas fotos. Uma que conseguiu na casa do pai, há muitos anos, e outra que uma tia, irmã de seu pai, a deu.
Reencontro
Em 2014, uma tia sua a encontrou. Tratava-se de Maria Lúcia, irmã de sua mãe, que também procurava pela irmã e por informações do pai. Ela achou seu perfil e entrou em contato, perguntando sobre o nome de seu pai e avó. Assim, descobriu ser sua tia.
Por ela, descobriu que a tia também fora separada de sua mãe quando ainda eram crianças. “Parece que os pais delas se separaram. A mãe ficou com os filhos maiores e o pai ficou com a menor que é a minha mãe. E nunca mais tiveram contato”, diz.
A tia morava em Francisco Morato, na Grande São Paulo desde então. No ano passado, ela faleceu devido a um câncer.
“Me perdoem os outros envolvidos na história (pai, mãe de criação, irmãs...). Não quero magoar ninguém, apenas estou tentando fazer algo por mim, pois tenho uma ferida que não cicatriza, uma dor que não tem remédio que cure, enfim (...) Se alguém souber algo que possa me ajudar a encontrar ela, agradeço. Se não souber me ajudem compartilhando e orando para, quem sabe um dia, eu consiga realizar esse encontro com ela”.
