Menino de Cubatão morre após mal súbito durante brincadeira e mãe alerta sobre doença silenciosa

Nicollas Rafael, de 10 anos, não apresentava qualquer sintoma. "Seu coração tão puro parou", disse a mãe

Por: ATribuna.com.br  -  12/09/21  -  20:29
Atualizado em 12/09/21 - 21:15
 Segundo a mãe de Nicollas, a criança nunca reclamou de nenhuma dor e ficou doente poucas vezes
Segundo a mãe de Nicollas, a criança nunca reclamou de nenhuma dor e ficou doente poucas vezes   Foto: Arquivo Pessoal

Um menino de 10 anos morreu após ter um mal súbito repentino durante uma brincadeira com os amigos em Cubatão. Nicollas Rafael estava bem quando saiu para brincar na terça-feira (7), porém, começou a passar mal e, mesmo depois de ser levado ao hospital, não resistiu e faleceu na madrugada de quarta-feira (8). Após perder o filho de forma rápida e repentina, a autônoma Bruna Rosane, de 35 anos, alerta famílias sobre a doença silenciosa com que Nicollas foi diagnosticado.


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Em conversa com A Tribuna, Bruna conta que a criança nunca reclamou de nenhuma dor e ficou doente poucas vezes: com dor de garganta por conta de mudanças climáticas ou virose. “Nunca o Nicollas apresentou mais nada”, ressalta.


Ainda segundo a mãe, no dia do ocorrido o menino aparentava estar saudável, pois tinha empinado pipa e andado de moto. Durante a tarde, porém, a criança foi até o quarto de Bruna. “Eu deitei durante tarde para o anoitecer, ele entrou com um açaí que ele montou e falou ‘mamãe eu vou te pôr para dormir’. E os amigos chamaram para brincar”, conta, dizendo que a brincadeira entre os colegas era um costume.


No entanto, quando já estava próximo do horário em que ela ligaria para buscar o menino, foi Bruna quem recebeu ligações. “Um amiguinho dele começou a me ligar”, ressalta, dizendo que foi informada que o filho estava vomitando. Desta forma, o genro da autônoma saiu correndo até o local. “Pensei que ele tinha batido a cabeça”, relata a mãe.


Ao encontrar o filho, Bruna explica que o garoto estava consciente e eles foram até o hospital. “Foi muito rápido, mas meu menino não aguentou”, lamenta. De acordo com a mãe, inicialmente os médicos disseram que a morte aconteceu por causas naturais. Porém, no outro dia a família recebeu o laudo em que constava: edema agudo pulmonar bilateral, insuficiência cardíaca transitória congestiva, miocardiopatia hipertrófica assimétrica, herniação cerebral e hepatomegalia.


A miocardiopatia hipertrófica assimétrica, portanto, é uma doença em que dificulta o bombeamento de sangue pelo coração. Porém, há diversos casos em que a condição não é diagnosticada. “Nós descobrimos que a criança pode nascer com essa doença rara e assintomática”, explica Bruna. Segundo a mãe de Nicollas, ela procurou mais sobre a doença na internet e viu que há casos que levam à morte: “Foi o que aconteceu com meu anjo”.


Bruna, que criou Nicollas como mãe e também como pai, explica que ainda está tentando ‘juntar os pedaços’ com o decorrer dos dias. Porém, segundo ela, a história do filho deve servir de alerta para que as famílias prestem atenção nos pequenos detalhes das crianças: “É uma dor, um vazio que fere, que corta a alma”.


As lembranças de Nicollas, porém, jamais serão esquecidas. “Meu filho foi muito amado, era lindo, perfeito e seu coração tão puro parou. Ele era raro especial”, destaca, explicando que fez de tudo pelo garoto.


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