Medo de alagamentos e trauma de sirene: Moradores de Pilões sofrem para dormir após temporal

Ao menos 100 imóveis foram atingidos por uma enchente no bairro de Cubatão na segunda-feira (10)

Por: Rosana Rife  -  11/02/20  -  20:11
Moradores de Pilões carregam móveis para fora de casa por conta da última enchente
Moradores de Pilões carregam móveis para fora de casa por conta da última enchente   Foto: Carlos Nogueira/AT

Moradores do Pilões, em Cubatão, mal conseguiram dormir na madrugada desta terça-feira (11). O medo era de que uma nova tempestade deixasse o bairro alagado mais uma vez. Pelo menos 100 imóveis foram atingidos na manhã de segunda-feira (10), de acordo com um dos líderes comunitários do local, José Domingos Quintino dos Santos.


“O nível da água subiu muito rápido. Já visitamos 16 moradias com problemas, mas há outras que estão fechadas e não temos informação”, diz Santos.


A atendente de padaria Arlete Maria da Silva, de 21 anos, mora com o marido e dois filhos pequenos em um imóvel que fica em nível mais baixo que a rua. Com isso, a casa acabou inundada. Segundo ela, a altura da água chegou a quase meio metro.


“Escutamos a sirene. Foi só o tempo de tirar as crianças, a moto e a máquina de lavar de casa. Todas as roupas molharam. Vou lavar para ver se conseguirei usá-las de novo”.


Ao lado da casa dela, mais perdas. A doméstica Aldaiza Maria Gomes, de 47 anos, perdeu colchões, sofá e toda a compra do mês, que estava no armário da cozinha.


“A roupa que estou vestindo eu lavei para usar hoje [terça-feira], porque molhou tudo. É muita tristeza. Agora é pedir a Deus força para começar de novo”.


Atenção à sirene


A auxiliar de limpeza Rita Vieira, de 55 anos, conta que mal pregou o olho e cochilou de ouvidos atentos à sirene que toca quando o rio que dá nome à localidade começa a subir. Na segunda-feira, a água não chegou a entrar na casa dela, que foi erguida em um nível mais alto que a rua.


“Já perdi tudo em uma enchente. Tive de comprar todos os móveis de novo. Então, a gente fica com o coração na mão quando a sirene toca”.


Ajuda


Quem quiser ajudar a comunidade pode ligar para o (13) 99195-6532. “Estamos pedindo móveis usados, eletrodomésticos, fraldas e roupas para os pequenos, porque muitas casas têm crianças e os pais estão com dificuldades”, acrescenta José Domingos.


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