Criança luta contra doença rara pela 2ª vez e tem 3 meses para achar doador de medula
Família de Cubatão se mobiliza para encontrar doadores compatíveis após receber diagnóstico de leucemia mielóide aguda (LMA)
Yasmim Marques Brito, de 7 anos, luta pela segunda vez contra um tipo raro de câncer, a leucemia mielóide aguda (LMA). A doença incomum, que voltou mais forte, faz com que a família, de Cubatão, se mobilize em uma corrida contra o tempo atrás de um doador de medula óssea. Médicos deram um prazo de três meses para encontrar um doador que seja 100% compatível com a criança.
A LMA é mais comum em pessoas idosas. Trata-se de uma doença que acomete a produção de células sanguíneas, gerando uma espécia de anemia. Os sintomas incluem fadiga, infecções e feridas. Já o tratamento inclui quimioterapia, medicação e transplante de medula óssea.
A doença foi percebida pela mãe de Yasmim, Daniela Marques de Araújo Brito, em fevereiro de 2019. Ela notou manchas rosadas em um dos olhos da menina, que foram inchando com o passar dos dias.
“Levamos ela a um oftalmologista, que pensou que fosse um tumor raro chamado ‘salmon-patch’. Ele pediu um hemograma e nos encaminhou para um hematologista”, lembra a mãe em entrevista para ATribuna.com.br.
Com pressa, o exame foi feito em um hospital de Santos. A resposta da médica preocupou ainda mais Daniela, que lembra de ter ouvido a doutora se referir ao resultado como “uma anemia bem esquisita”.
Mais uma bateria de exames foi realizada para que os médicos chegassem a uma conclusão. Enquanto isso, a criança não apresentava nenhum sintoma. Ela foi internada e liberada em seguida por falta de consenso entre os especialistas. Foi então que a pequena Yasmim foi encaminhada para o Centro Oncológico Graac, especializado em diagnóstico infanto-juvenil, em São Paulo.
“Eles disseram que não estavam afirmando que minha filha tinha câncer, mas que lá eles teriam melhores condições de avaliar a doença”, conta a mãe. No dia 15 de março, o diagnóstico da LMA foi feito, e o tratamento começou. Com a quimioterapia, Yasmim passou a ter reações como inflamação intestinal, chegando a ficar oito dias em jejum absoluto, e pneumonia com derrame pleural.
“Depois da segunda sessão de quimioterapia, a médica disse que a medula dela havia entrado em remissão. O tratamento dela durou seis meses. Minha filha estava curada”, relata Daniela. Em outubro, entretanto, uma nova mancha apareceu no olho de Yasmim.
À procura de um doador
Os médicos não acreditavam que poderia ser a mesma doença novamente, mas exames feitos no último dia 6 de janeiro acusaram a presença da LMA no sangue da menina. Agora, no entanto, a doença estaria ainda mais forte, e por isso Yasmim precisa encontrar um doador que seja 100% compatível em até três meses.
“Os médicos falaram que era quase impossível a doença voltar, e a dela voltou quase cinco meses depois da cura. Dessa vez é mais grave”, preocupa-se a mãe.
“Eu, o pai e a irmã de um ano dela já fizemos os testes de compatibilidade para doar medula óssea, e os resultados devem sair entre 18 e 20 de janeiro. Enquanto isso, estamos fazendo essa campanha, porque se não formos compatíveis, o hospital vai procurar doadores nos bancos nacionais e internacionais”, completa.
“Foi um susto, porque minha filha estava curada. Os médicos ficaram surpresos, não sabiam dizer como a doença poderia ter voltado. É muito raro acontecer. A médica disse que isso só aconteceu com uma criança há muitos anos. Eles acreditavam que isso não se repetiria mais”, desabafa.
Daniela diz que a filha tem reagido bem e colabora com os procedimentos. “Explicamos para ela que teria que internar de novo, e ela tem muita força”.