Puxado pelos combustíveis, IPCA de agosto atinge quase 10%

Principal índice de inflação superou as previsões

Por: Agência Brasil e Estadão Conteúdo  -  10/09/21  -  07:45
 Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%
Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês passado com alta de 0,87%, um recorde para o mês desde 2000. Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior percentual desde fevereiro de 2016, quando alcançou 10,36%.


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Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (veja gráfico)


Entre os nove grupos e serviços pesquisados pelo instituto, oito subiram em agosto, com destaque para os transportes, com alta de 1,46%, puxado pelos combustíveis. A gasolina subiu 2,80% o etanol 4,50%, o gás veicular 2,06% e o óleo diesel 1,79%.


O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma elevação de 0,6% em julho para 1,39% em agosto. As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (19,91%), café moído (7,51%), frango em pedaços (4,47%), frutas (3,90%) e carnes (0,63%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%).


A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de alta de 0,78% em julho para 1,63% em agosto. Fora do domicílio avançou de 0,14% em julho para 0,76% em agosto, com aumentos no lanche (1,33%) e na refeição fora de casa (0,57%).


As famílias gastaram 0,68% a mais com habitação em agosto. A energia elétrica subiu 1,10%, após já ter aumentado 7,88% em julho. O gás encanado aumentou 2,7% e o de botijão, 2,40%. A taxa de água e esgoto recuou 1,02%.


Economistas surpreendidos
Segundo os economistas do Original, Marco Caruso e Lisandra Barbero, o IPCA ficou “bem acima” da expectativa do banco, de 0,68%, e do mercado, de 0,71%.


Eles afirmam que as principais contribuições para a alta vieram de combustíveis e alimentos consumidos no domicílio, neste último caso prejudicados pelo clima.


“A deterioração das expectativas para o horizonte relevante de política monetária aumenta a probabilidade de que o Banco Central tenha que ser ainda mais duro em suas próximas decisões e comunicações”, afirmam. .


INPC
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,88% em agosto, 0,14 ponto percentual abaixo do resultado de julho, quando avançou 1,02%.


No ano, o INPC acumula elevação de 5,94% e em 12 meses chega a 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto do ano passado, a taxa variou 0,36%.


Para o INPC, a principal influência foram dos produtos alimentícios, que subiram 1,29% em agosto, acima de 0,66% observado em julho.


Conforme o INPC, os produtos não alimentícios desacelararam e subiram 0,75% no mês, após variação positiva de 1,13% em julho.


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