Vacinação de crianças contra covid-19 é defendida por infectologistas da Baixada Santista

Tema ganhou ainda mais holofotes após ameaça de morte feita a diretores da Anvisa

Por: Nathália de Alcantara  -  03/11/21  -  07:13
 A imunização das crianças é um tema polêmico e que divide opiniões
A imunização das crianças é um tema polêmico e que divide opiniões   Foto: Matheus Tagé/AT

A ameaça de morte a cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) caso ocorra a aprovação de vacina contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos levantou uma polêmica para os pais: vacinar ou não crianças nessa faixa etária?


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Segundo o infectologista Eduardo Santos, esse público dificilmente apresenta quadros mais graves da doença, como internações ou mortes. Ele defende que isso acontece principalmente no caso de crianças com comorbidades, ou seja, com algum problema de saúde já existente. Mas faz uma observação.


“De qualquer maneira, crianças que não tenham doenças associadas também podem ter uma evolução no quadro. É uma loteria. Por isso, o ideal é seguir tomando todos os cuidados, independentemente da idade.”


Entre as recomendações, estão a vacinação assim que possível, uso de álcool em gel e máscara e distanciamento social. Ao tratar da importância da imunização para crianças, o especialista lembra que o mais importante em vacinar esse público é proteger a família como um todo.


“Com mais gente vacinada, menores serão as (chances de) internações e mortes. As pessoas ainda se contaminarão com a doença, mas cada vez menos e de uma forma mais branda, por causa da proteção da vacina”, explica Eduardo Santos.


Proteção coletiva
Quem também pensa assim é a infectologista Monica de Almeida. “Estamos chegando ao fim do ano, e a vida tem voltado ao normal, com uma flexibilização avançada na maioria dos locais públicos. Nesse caso, a previsão é de que as famílias voltem a interagir, se visitando, ficando juntas e fazendo planos para as festas de fim de ano.”


Por esse motivo, a vacinação, inclusive das crianças, faria com que se atingisse uma proteção maior para todos.


“É para se pensar que, além da saúde dos próprios jovens, tem as pessoas que convivem com eles, de diversas faixas etárias. Por mais que (crianças) não desenvolvam a forma grave da covid-19, podem contaminar alguém que ficará severamente doente”, lembra Monica, ressaltando a proteção coletiva.


Histórico
A Anvisa já negou o uso da CoronaVac para a faixa etária de 3 a 11 anos por falta de documentação, por exemplo. Atualmente, a vacina da Pfizer pode ser aplicada em adolescentes a partir de 12 anos no Brasil. Além disso, é a única com autorização da Anvisa para utilização em pessoas menores de idade.


Em outros países, as crianças já estão liberadas para tomar a vacina contra a covid-19, como os Estados Unidos. A Food and Drug Administration (FDA), órgão semelhante à Anvisa, já autorizou a vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Agora, a previsão é de que a imunização desse público aconteça a partir da próxima segunda-feira (8).


O Ministério da Saúde planeja vacinar crianças contra a covid-19 em 2022 caso a Anvisa aprove a imunização para esse público. São estimadas 70 milhões de doses.


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