Taxa de isolamento em Santos é a mais baixa da região e uma das piores do estado
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo
Os moradores de Santosnão estão dando exemplo quando se trata de isolamento social. No primeiro dia da fase emergencial, na segunda-feira (15), o índice de pessoas que ficaram em casa foi de 39%, o mais baixo da região e um dos piores do Estado. Na terça-feira, oscilou para 42%. Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo (Simi), que monitora deslocamentos pelas antenas de telefones celulares.
Para o infectologista Evaldo Stanislau, há um engano por parte da população, que se acha imune à infecção. Mesmo as pessoas que já tiveram covid-19, pode se reinfectar. “O negacionismo pode ter origem no cansaço ou perda do medo da doença, acostumaram-se. O vírus segue mais voraz do que nunca”.
Para Stanislau, o baixo índice de isolamento associado, de acordo com a Fiocruz, com a elevada circulação das variantes P1 e P2, é a fórmula para sabotar qualquer estratégia de proteção. “Deveríamos ter índices acima de 60%, 70%. Infelizmente as pessoas pagam para ver. Terrível esse cenário”.
O infectologista Roberto Focaccia concorda. “É falta de consciência da realidade e por negacionismo em percentual elevado. Muitos seguem o exemplo do presidente (Jair Bolsonaro) que desdém da importância (da doença). O risco é muito elevado de atingirmos um colapso hospitalar. O ideal é acima de 70% de isolamento”.
Para o infectologista Sergio Feijoo, o mínimo é que 50% das pessoas fiquem em casa. “Se não for atingido esse número, novas restrições devem ser impostas para que o isolamento aumente e a curva entre em queda”.