Famílias de cortiços de Santos aguardam o sonho da moradia própria
De esperança a desilusão, conjunto Vanguarda, no Paquetá, está há 7 anos com obras paradas
Com obras paradas há sete anos, o conjunto Vanguarda 1 foi da esperança à desilusão para 113 famílias moradoras de cortiços da área central de Santos. Mesmo após tanto tempo de indefinição, que, aliás, permanece, muitas dessas pessoas, com histórias e vida sofridas, ainda acreditam que um dia terão um apartamento para chamar de lar.
É o caso de Lourdes Basílio, cuja vida tem muitos números emblemáticos. Quando se entregou ao sonho do Vanguarda, sua filha tinha 12 anos. Hoje, a mulher, de 67 anos, já tem dois netos. Há 53 mora em cortiços na área central, desde que chegou a Santos, do Paraná. Mesmo assim, a matemática ainda é a da esperança. “Tenho fé”.
Já ao funileiro Cícero Paes de Lima, à sua mulher e aos dois filhos, o Vanguarda significa sair do aperto. Pagando aluguel de R$ 1.140 ao mês por um apartamento de dois quartos no Centro de Santos, o salário não dá para muito mais coisa. Assim, o olhar ainda baila pelo conjunto habitacional. “Trabalhamos tanto. Tenho fé de que vai sair”.
Casa própria
Apesar de a família ter casa própria no Maranhão, onde nasceu, foi em Santos que a vida de Joaquina do Socorro, hoje com 74 anos, se fez.
“Quando o Vanguarda parou, a gente ficou triste”. A tristeza é pelo engajamento, pela luta que vê perder a cada dia que passa com a obra parada. “Meu sonho é morar ali. Na semente que eu plantei”.