Restrições no acesso às praias da Baixada Santista dividem opiniões
Prefeituras da região anunciaram ações para evitar aglomerações durante o Réveillon
“Vamos embora porque a praia vai fechar”. A frase que milhares de crianças ouviram de seus pais virou realidade em Santos e Guarujá. As duas cidades decidiram criar barreiras para evitar aglomerações no Réveillon e dividiram opiniões. Enquanto isso, nos locais em que era possível passear à beira-mar, o tempo quente no último dia de 2020 ajudou os ambulantes a recuperarem as perdas de um ano tão difícil por conta da pandemia.
Praia Grande, São Vicente e Bertioga decidiram fazer bloqueios nas praias no período da noite, mas sem as grades que foram instaladas em Santos e Guarujá. Porém, todas as cidades tentam evitar aglomerações e novas contaminações da Covid-19.
“Todos os anos, ficamos até tarde. Mas nesse será diferente. A ideia de evitar que o pessoal fique aqui é muito boa. Vamos aproveitar e ir embora mais cedo”, afirmou o ambulante João Barbosa, proprietário do carrinho de bebidas Tim Maia, na Guilhermina, em Praia Grande. Ele e seus funcionários decidiram deixar a praia às 16 horas para se proteger da covid-19 e aproveitar o tempo livre.
Curtir o feriado era o plano da família Fernandes, que saiu de São Paulo na terça-feira. Mas, após a chegada em Praia Grande, eles decidiram subir a Serra mais cedo. “Está muito cheio, é melhor fugir. Infelizmente, encontramos um bando de gente sem máscara em todo lugar, então preferimos retornar”, afirmou a técnica em farmácia Renata Fernandes.
A dona de casa Vera Barbosa decidiu ficar em Praia Grande para passar a virada de ano. No entanto, foi preciso um esquema especial para evitar exposições ao vírus. “Fizemos mercado antecipadamente. Acho que a praia deveria estar fechada, mas já que abriu, viemos cedo para aproveitar. Só não dá para ficar muito”.
Santos
O fechamento das praias dividiu opiniões em Santos. Enquanto um grupo apoia a tentativa da Prefeitura de evitar aglomerações, há quem garanta que a medida é um exagero. É o caso do engenheiro Omar Cavazzani, de Jundiaí (SP). “Eu elogio a iniciativa. Mas, poderia ter sido depois do meio-dia ou 14h. Fechar muito antes é ruim”.
Já a comerciante Rosineia Nogueira considera que a medida deveria ter sido implantada antes. “Para mim, poderiam ter fechado antes do Natal. Mas, não adianta nada isolar a praia e as pessoas irem para o shopping. O vírus não está de folga nem fica apenas na praia”.
