Baixada Santista tem sétimo mês com saldo positivo de emprego

Em fevereiro, 1.264 postos foram criados, muito mais do que os 355 do mesmo mês, em 2020

Por: Rafael Motta  -  02/04/21  -  14:30
Interessados precisam comparecer à sede do PAT com a documentação necessária
Interessados precisam comparecer à sede do PAT com a documentação necessária   Foto: Divulgação

Fevereiro deste ano, na Baixada Santista, teve mais empregos formais criados do que no mesmo mês do ano passado, no pré-pandemia de covid-19. Juntas, as nove cidades geraram 1.264 postos com carteira de trabalho assinada, ante 355 em fevereiro de 2020. Foi o sétimo resultado positivo seguido.


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Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. No País, criaram-se 401.639 vagas. Foi um recorde para o mês desde 1992, mas, agora, o cálculo inclui trabalhadores temporários, o que pode inflar os números.


Apesar de indicar recuperação do mercado de trabalho na região, fortemente atingido no ano passado, o resultado não reflete o recrudescimento da doença, com recorde mensal de casos e mortes em março e um lockdown metropolitano de 13 dias, a terminar neste domingo.


“Parece mais um soluço de retomada do que uma recuperação consistente e duradoura, sobretudo porque as autoridades municipais e estaduais foram obrigadas a adotar novamente o isolamento social, para tentar evitar o colapso das redes pública e privada de saúde”, avalia o economista Fernando Wagner Chagas. O especialista liga o crescimento do emprego à “vacinação de 70% da população” — como sugeriu, nesta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produtora de imunizantes vinculada ao Ministério da Saúde.


A exemplo de janeiro, com 147 vagas de saldo positivo (a diferença entre contratações e dispensas, com vantagem para as admissões), a maioria dos municípios locais fechou fevereiro no azul. Santos se destacou, com 756 vagas. Apenas Guarujá (-65 empregos), Peruíbe (-5) e São Vicente (-19) tiveram retração (veja quadro).


Serviços


Também em fevereiro, três quartos dos empregos abertos (74,3%) na Baixada foram no setor de serviços, que teve 939 contratações a mais do que demissões. Em Santos, por exemplo, 99,5% do saldo de vagas (752 em 756) se deu nesse segmento. "O setor de serviços foi o mais prejudicado no ano passado, em virtude do distanciamento social. Era esperado que tivesse uma retomada considerável quando a situação começasse, aparentemente, a melhorar no combate à covid. Porém, essa retomada dos empregos formais não significa recuperação consistente dessas atividades econômicas, que exigem contatos diretos e pessoais entre os estabelecimentos e os consumidores”, analisa Chagas.


Em nível regional, tiveram destaque, em serviços, Educação (371 vagas) e Saúde Humana e Serviços Sociais (222, em que se incluem 102 postos gerados em atividades de atendimento hospitalar). “São atividades essenciais e muito demandadas em crises sanitárias. A saúde é a área obviamente mais exigida no combate ao vírus, requerendo o aumento de recursos humanos na rede hospitalar. Os serviços sociais são fundamentais, neste momento de pandemia, para atender, pelo menos, as necessidades básicas da população. E a educação deve ser a prioridade da sociedade, para evitar o comprometimento das próximas gerações”, pondera.


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