Baixada Santista tem sétimo mês com saldo positivo de emprego
Em fevereiro, 1.264 postos foram criados, muito mais do que os 355 do mesmo mês, em 2020
Fevereiro deste ano, na Baixada Santista, teve mais empregos formais criados do que no mesmo mês do ano passado, no pré-pandemia de covid-19. Juntas, as nove cidades geraram 1.264 postos com carteira de trabalho assinada, ante 355 em fevereiro de 2020. Foi o sétimo resultado positivo seguido.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. No País, criaram-se 401.639 vagas. Foi um recorde para o mês desde 1992, mas, agora, o cálculo inclui trabalhadores temporários, o que pode inflar os números.
Apesar de indicar recuperação do mercado de trabalho na região, fortemente atingido no ano passado, o resultado não reflete o recrudescimento da doença, com recorde mensal de casos e mortes em março e um lockdown metropolitano de 13 dias, a terminar neste domingo.
“Parece mais um soluço de retomada do que uma recuperação consistente e duradoura, sobretudo porque as autoridades municipais e estaduais foram obrigadas a adotar novamente o isolamento social, para tentar evitar o colapso das redes pública e privada de saúde”, avalia o economista Fernando Wagner Chagas. O especialista liga o crescimento do emprego à “vacinação de 70% da população” — como sugeriu, nesta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produtora de imunizantes vinculada ao Ministério da Saúde.
A exemplo de janeiro, com 147 vagas de saldo positivo (a diferença entre contratações e dispensas, com vantagem para as admissões), a maioria dos municípios locais fechou fevereiro no azul. Santos se destacou, com 756 vagas. Apenas Guarujá (-65 empregos), Peruíbe (-5) e São Vicente (-19) tiveram retração (veja quadro).
Serviços
Também em fevereiro, três quartos dos empregos abertos (74,3%) na Baixada foram no setor de serviços, que teve 939 contratações a mais do que demissões. Em Santos, por exemplo, 99,5% do saldo de vagas (752 em 756) se deu nesse segmento. "O setor de serviços foi o mais prejudicado no ano passado, em virtude do distanciamento social. Era esperado que tivesse uma retomada considerável quando a situação começasse, aparentemente, a melhorar no combate à covid. Porém, essa retomada dos empregos formais não significa recuperação consistente dessas atividades econômicas, que exigem contatos diretos e pessoais entre os estabelecimentos e os consumidores”, analisa Chagas.
Em nível regional, tiveram destaque, em serviços, Educação (371 vagas) e Saúde Humana e Serviços Sociais (222, em que se incluem 102 postos gerados em atividades de atendimento hospitalar). “São atividades essenciais e muito demandadas em crises sanitárias. A saúde é a área obviamente mais exigida no combate ao vírus, requerendo o aumento de recursos humanos na rede hospitalar. Os serviços sociais são fundamentais, neste momento de pandemia, para atender, pelo menos, as necessidades básicas da população. E a educação deve ser a prioridade da sociedade, para evitar o comprometimento das próximas gerações”, pondera.